City Tour Avenidas 1


*** CITY TOUR AVENIDAS 01 ***
1. Dia - Manhã

Data: __ de ______ de 20__

Eu sempre gostei de fazer um city-tour no primeiro dia que estou em uma cidade que não conheço. É um jeito de conhecer a cidade, ter as primeiras impressões e conseguir identificar pra que lado fica o que... rsrsrsr... É assim que consigo me orientar e uma das primeiras coisas que eu tento aprender é como funcionam ônibus e metrôs, pra não ficar dependente de taxis... Mas é claro que esse roteiro você pode fazer de taxi, uber ou se você preferir alugar um carro.

Como algumas avenidas principais de Buenos Aires são meio afastadas, resolvi montar esse city-tour usando o serviço municipal de ônibus da cidade, e para isso usei o website oficial https://www.omnilineas.com.ar/buenos-aires/colectivos/ que te dá a opção de ver as linhas disponíveis do ponto A ao B. 

É muito fácil e intuitivo... e em tempo: ônibus é chamado de "colectivo" e o metro é conhecido por "subte". Fiz um roteiro abaixo com as principais avenidas de Buenos Aires, parte a pé e parte com ônibus e metro. Vou marcar com uma imagem de um ônibus qual as linhas ideais para os deslocamentos, mas é claro que o ideal é que seja feita uma confirmação no site da Omni Lineas ou pedindo informações no local.

Outra opção é usar o ônibus  turístico Buenos Aires Bus, que tem um percurso com paradas programadas e que com um bilhete válido por um dia você pode subir e descer onde e quantas vezes quiser. Tem o Percurso Amarelo que faz mais ou menos o roteiro que descrevo abaixo... Para saber mais clique no link: https://www.buenosairesbus.com.

Mapa do city-tour pelas avenidas começando
na Av. 9 de Julio e terminando na Av. Corrientes

Buenos Aires é famosa por suas diversas grandes avenidas e ruas importantes. E é em suas avenidas que diariamente circulam os portenhos e os turistas do mundo inteiro, seja para conhecer seus restaurantes, livrarias, bares e cafés ou apenas para passear e fotografar.

Algumas ruas e avenidas ganham destaques por suas lojas, outras por seus prédios históricos. Tem rua que é famosa por sua tradicional feira de domingo. Tem rua pra sentar num barzinho e ficar aprecisando o movimento e degustando um petisco argentino. Para facilitar, listei aqui as mais conhecidas e seus principais atrativos. Mas só para avisar, eu sou uma andarilha, adoro caminhar mesmo que meus pezinhos fiquem latejando... por isso, esse roteiro vai ter algumas partes em ônibus, que ficará ao critério do leitor descer ou não para conhecer os marcos turísticos, e outras à pé que serão boas caminhadas... por isso o bom é começar bem cedo e com sapatos bem confortáveis. 


Então, vamos começar? Nosso ponto inicial vai ser a Avenida 9 de Julio, por onde passam várias linhas de ônibus e metro vindas de todas as partes da cidade. O ideal é que você pegue qualquer linha que te deixe nas proximidades do Obelisco, pois faremos o percurso da Avenida 9 de Julio a pé, do Obelisco ao Teatro Cólon.

AVENIDA 9 DE JULIO

A Avenida 9 de Julio é uma das principais vias de tráfego de Buenos Aires e é conhecida pelo famoso Obelisco que fica no cruzamento com a Avenida Corrientes, além de ser aclamada como uma das avenidas mais largas do mundo com seus notáveis 140 metros de largura. A avenida está localizada no centro da cidade, conectando o norte com o sul desde a Plaza Constitución até a Avenida del Libertador.

Seu nome provém de uma homenagem feita à data de 9 de Julho de 1816, sendo este o dia da Declaração da Independência da Argentina.

Embora a construção desta avenida tenha sido aprovada em 1912, as obras só começaram de fato em 20 de abril de 1936 com o projeto totalmente reformulado, uma vez que foi originalmente concebido com características semelhantes à Avenida de Mayo e com apenas trinta e três metros de largura e edifícios nas suas laterais. As alterações no projeto original foram tantas que resultaram em uma avenida quatro vezes mas larga, com um trabalho urbano e paisagístico notável.

Avenida 9 de Julio

Ao longo da arborizada avenida podemos encontrar vários outros pontos turísticos, como o Teatro Colón, a Estação Constituição e o belo edifício com estilo belle époque da Embaixada da França, além de hotéis, restaurantes, bares e o renomado Tango Porteño.

É uma das avenidas mais arborizadas da Argentina e tem mais de 1000 árvores, muitas delas doadas pelo Japão, e dentre elas jacarandás, ceibos e cerejeiras. Na primavera, entre setembro e outubro, as avenidas de Buenos Aires de tingem de tons de roxo e púrpura dos jacarandás espalhados pela cidade.

A avenida tingida pelos tons do Jacarandá

O desafio de quem a atravessa geralmente é fazê-lo andando de um lado para o outro em uma única tentativa e sem que os semáforos interrompam. Para facilitar a vida do pedestre é possível atravessar a avenida por baixo dela através das Galerias Obelisco. As galerias foram construídas na década de 40 e se transformaram em espaços comerciais nos anos 60. 

As histórias sobre as suas origens sugerem que o escritor Raúl Barón Biza tenha sido quem impulsionou as obras. Mas existe um rumor que o verdadeiro propósito dos túneis era servir de refúgio antibomba. Em 2014 as galerias foram renovadas e hoje contam com mais de 50 comércios. A galeria norte é oficialmente Galeria “Juan de Garay” e a galeria sul é a Galeria “Pedro de Mendoza” e é possível encontrar diversos tipos de lojas como de antiguidades, barbearias, correios, sapatarias, chaveiros, lanchonetes. Além disso, as galerias fazem conexão com o metrô linhas B, C e D e possuem o serviço de Subte Digital.

Galerias Obelisco

Em seu cruzamento com a Avenida Corrientes está a Plaza de la República, onde se encontra o Obelisco, um dos monumentos históricos mais famosos de Buenos Aires.

No local onde está localizado o Obelisco, antigamente havia uma igreja dedicada a São Nicolau de Mira. Nessa igreja foi hasteada oficialmente pela primeira vez a bandeira da Argentina na cidade de Buenos Aires, em 1812. Em memória ao acontecimento há inscrições do lado norte do obelisco.

Plaza de la República com o Obelisco

As obras do Obelisco começaram em 20 de março de 1936 e o monumento foi inaugurado em 23 de maio 1936. Ele foi projetado pelo arquiteto Alberto Prebisch, um dos principais arquitetos do modernismo argentino e autor também do Teatro Gran Rex, a pedido do prefeito Mariano de Vedia e Mitre.

A construção do obelisco esteve a cargo da empresa Alemã GEOPE - Siemens Bauunion - Bilfinger & Grün, que concluiu o seu trabalho em um tempo recorde de 31 dias, empregando 157 trabalhadores. Para a sua construção, que custou 200.000 pesos foram utilizados 680 m³ de cimento e 1360 m² de pedra branca de Córdoba. O estabelecimento da linha B do metrô favoreceu a construção do monumento uma vez que facilitou a colocação da fundação pois os túneis formam uma base concreta de 20 metros.

Construção do Obelisco

O Obelisco tem 67,5 metros de altura e cada lado da base conta com 6,8 metros. Em todas as faces, denominadas norte, sul, leste e oeste, há uma inscrição diferente, que fazem referência à fundação de Buenos Aires. Atrás da ala oeste do Obelisco, existe uma porta que dá para uma escada de 206 degraus que vai até o topo, onde estão 4 janelas com uma vista incrível da cidade, porém, não é permitido subir ali.

Face Norte do Obelisco
Face Oeste do Obelisco

A Plaza de la República e o Obelisco são frequentemente utilizados como um ponto de reunião para diversas manifestações, que incluem também as avenidas 9 de Julio e Avenida Corrientes nas proximidades, semelhante ao que acontece na Plaza de Mayo.

Manifestações na Av. 9 de Julio

Nas proximidades do Obelisco, cerca de 2 quadras, está localizado também o famoso Teatro Colón, em um cruzamento com as ruas Liberdade, Arturo Toscanini e Tucumán, no coração da cidade. O Teatro Colón é a principal casa de ópera de Buenos Aires e a sua acústica é considerada uma das cinco melhores entre todos os teatros mundiais. Luciano Pavarotti foi um dos grande nomes da música a confirmar essa mesma opinião. O auditório é em forma de ferradura, com 2487 lugares sentados, mil lugares em pé e um palco com 20 metros de largura, 15 metros de altura e 20 metros de profundidade.

Teatro Colón

O primeiro teatro, estabelecido na Praça de Maio, foi inaugurado em 27 de abril de 1857, após um ano de construção, com a ópera La Traviata do italiano Giuseppe Verdi. O teatro foi desenhado por Charles Henri Pellegrini e foi bem-sucedido durante 30 anos. Com 2500 lugares, incluía uma galeria separada reservada apenas para mulheres.

O atual teatro foi inaugurado em 25 de março de 1908 com a ópera Aida, de Giuseppe Verdi, após 20 anos de obras. Após um período de gigantesco sucesso, o declínio do teatro tornou-se notável e planos foram feitos para uma enorme renovação. Após o início das mudanças e reformas em 2005, o teatro ficou fechado durante 5 anos, e só foi re-inaugurado para a temporada de 2010. Esta reforma havia sido orçada em um valor de 25 milhões de dólares americados em um período de 18 meses com 500 trabalhadores. Ao final da obra depois de 3 anos, o custo foi de 100 milhões de dólares com o emprego de 1500 trabalhadores.

Festa de Gala para a Reabertura do Teatro Colón

O Teatro Colón foi visitado pelos maiores cantores e companhias de ópera do mundo. É uma das principais atrações turísticas de Buenos Aires, sendo que atualmente é possível fazer um tour guiado pelo teatro.

Com a re-abertura, o Colón tornou-se um grande rival do Teatro alla Scala em Milão e do Metropolitan Opera House de Nova Iorque, atraíndo os maiores cantores e maestros da época. Espetáculos de dança clássica com estrelas do balé também são frequentemente apresentados no teatro.

De segunda a sexta é possível fazer visitas guiadas para conhecer o teatro por dentro. Dura 50 minutos e custa 250 pesos. Programe-se com antecedência, pois as vagas esgotam rápido. Para conhecer a programação para o período de sua viagem, consulte o website do Teatro Colón no link https://teatrocolon.org.ar/es.

Interior do Teatro Colón

Bom, para um primeiro momento terminamos nosso passeio pela Av. 9 de Julio. Por isso, em qualquer ponto da avenida, pegue o "colectivo" da linha 67, para chegar até a Avenida Alvear. Vai ser necessário pedir informações sobre o ponto para descer. Mas acompanhe no mapa acima e fique atento.

AVENIDA ALVEAR

A Avenida Alvear é uma via de luxo em Buenos Aires, localizado no bairro de Recoleta, se estende por sete quarteirões, da Plazoleta Carlos Pellegrini à Plaza Intendente Alvear. A avenida é famosa não apenas pelas luxuosas lojas dos representantes mais exclusivos da alta costura, mas também por seus inúmeros semi-palácios e a grande presença da arquitetura da academia francesa, tão em voga na parte alta de Buenos Aires na virada do século XX. O Legislativo de Buenos Aires aprovou o projeto para declará-la como Área de Proteção Histórica. Um estudo da rede de televisão norte-americana NBC colocou-a entre as cinco avenidas mais distintas do mundo.

A avenida foi iniciada em 1885 por iniciativa do prefeito Torcuato de Alvear, cuja posse é lembrada por seus ambiciosos projetos de urbanismo, como o Palácio Ortiz Basualdo, hoje Embaixada da França, e o Palácio Pereda, onde fica a Embaixada do Brasil. Estes são os mais famosos entre os muitos exemplos da arquitetura da Belle Époque da Avenida Alvear. Outros edifícios conhecidos incluem o Palácio Casey, atual Secretaria de Cultura e a mais antiga das mansões da avenida, o Palácio Duhau, convertido no hotel Park Hyatt Buenos Aires.

Palácio Ortiz Basualdo,
hoje Embaixada da França
Palácio Pereda,
hoje Embaixada do Brasil

Palácio Casey,
hoje Secretaria da Cultura


Palácio Duhau,
hoje Park Hyatt Buenos Aires

Há também na mesma avenida o Palácio Fernández Anchorena, hoje a Nunciatura Apostólica e o Alvear Palace Hotel, que data de 1932. O luxuoso Alvear Palace Hotel é puro glamour, classificado como um dos melhores hotéis de Buenos Aires e até mesmo da América Latina segundo a revista Condé Nast Traveller.

O hotel foi construído pelo empresário e socialite de Buenos Aires Dr. Rafael de Miero, que esteve em Paris no início dos anos 20 e queria trazer um pouco dessa grandiosidade da Belle Époque para sua então florescente cidade natal.

Ele comprou e demoliu uma casa grande na esquina da Avenida Alvear e Ayacucho em 1922, e o projeto para o hotel levou uma década inteira para ficar pronto sendo que finalmente foi inaugurado em 1932. Foi um sucesso tão grande que alguns anos mais tarde, em 1940 foi ampliado, consumindo outra antiga mansão na Avenida Alvear.


Alvear Palace Hotel

Em 1970, a propriedade foi transferida para Andreas von Salm-Kyrburg Wernitz, Duque de Hornes, primo espanhol do Rei Juan Carlos I, que presidiu o lento declínio do hotel como resultado de disputas trabalhistas e da estagnação econômica argentina. Com a ameaça de falência, em 1978, Wernitz vendeu o hotel ao Aragon Hotel Group e, desde 1984, faz parte dos hotéis de luxo Alvear, de David Sutton Dabbah. Foi renovado em 1984 e novamente em 2004. 

Um dos destaques do hotel é o o seu famoso Chá da Tarde que é aberto ao público em geral e frequentado pela alta sociedade, com direito a um pianista tocando durante toda a refeição. Embora não seja uma experiência barata, o chá é muito bem servido e vale a pena para quem gosta de uma refeição no meio da tarde. E há também o Rooftop Bar, que também é aberto ao público em geral e conta com uma vista panorâmica incrível.

E só para citar alguns de seus hóspedes ilustres, pois a lista de celebridades é enorme: Antonio Banderas, Sharon Stone, Sean Connery, Al Pacino, Marcello Mastroianni, Catherine Deneuve, Sofia Loren, Walt Disney, Francis Ford Coppola, Tom Cruise, Omar Sharif, Muhammad Ali, Michael Schumacher, Nelson Mandela, Orson Welles, Vladimir Putin, Angela Merkel, Mario Vargas Llosa, entre outros.

Alvear Palace Hotel

Muitas marcas de grife que costumavam estar localizadas em toda a avenida, especificamente Emporio Armani, Valentino, Louis Vuitton e Ermenegildo Zegna, deixaram o país devido a restrições de importação do governo que dificultavam severamente a importação de mercadorias estrangeiras. Mas ainda há inúmeras opções de boutiques de roupas, joalherias, galerias de arte e antiquários.

Perto da avenida, fica o Shopping Patio Bullrich, que também costumava abrigar inúmeras lojas internacionais de luxo, como Carolina Herrera, Kenzo e Tiffany. Sob restrições de importação, apenas algumas marcas internacionais optaram por ficar como Calvin Klein, Salvatore Ferragamo e Zara.

A avenida também é conhecida por seu extremo norte, local do Cemitério da Recoleta, um local histórico nacional. Vale dizer que o Cemitério da Recoleta vale uma visita à parte em um outro dia para que o city-tour não fique muito cansativo, o que para a minha viagem está programado para o quinto dia pela manhã e você pode conferir tudo sobre as outras atrações do bairro e sobre o cemitério na página sobre Recoleta.


Patio Bullrich
Patio Bullrich
Cemitério da Recoleta

Quando terminar seu passeio pela Avenida Alvear, volte para o mesmo ponto na Av. 9 de Julio e pegue novamente a linha 67 que vai fazer todo o percurso da Avenida Presidente Figueroa Alcorta. Nela só é necessário descer do ônibus ao final do percurso perto do Estádio River Plate mas talvez seja interessante descer na Plaza de la Republica para ver a Floralis Generica. De qualquer forma é só pegar novamente a linha 67 para continuar o percurso.

AVENIDA PRESIDENTE FIGUEROA ALCORTA

A Avenida Figueroa Alcorta é uma importante via em Buenos Aires, com um comprimento superior a 7 km ao longo do lado norte da cidade. Existem várias atrações e monumentos que você pode descer para conhecer, mas a maioria delas podem ser visitadas em outros dias dependendo do tempo da sua viagem.

O rápido crescimento do norte da cidade de Buenos Aires durante o final do século XIX foi facilitado pelos planos de uma série de avenidas na área pelo prefeito Torcuato de Alvear. Logo após a abertura da Avenida Viceroy Vértiz, hoje Avenida del Libertador, em 1906, uma avenida paralela foi iniciada para atender aos inúmeros bairros de luxo planejados para o norte pouco desenvolvido.

Avenida Presidente Figueroa Alcorta

Planejada com a assistência do urbanista francês argentino Carlos Thays e em torno de sua recente reforma do Parque Tres de Febrero, a via foi aberta no centenário de 1910 da Revolução de Maio, que levou à independência e foi, portanto, denominada Avenida Centenario. Thays também projetou um novo bairro residencial ancorado em torno da nova avenida, o Barrio Parque, aberto para desenvolvimento em 1912. A usina de recuperação de água da Comissão de Obras de Saneamento foi posteriormente construída ao longo do trecho norte da avenida.

Uma via de mão única, a avenida começa no extremo leste, quase em uma bifurcação com a Av. del Libertador, passando pelo Buenos Aires Palais de Glace, um belíssimo edifício Belle Époque que foi projetado por J. L. Ruiz Basadre e inaugurado em 1911 como uma pista de patinação no gelo e um clube social. Com o declínio da moda da patinação no gelo, foi transformado em Clube de Tango na década de 20.

O edifício foi reformado e restaurado várias vezes, e hoje o Palais de Glace recebe o Salón Nacional de Belas Artes, juntamente com uma série de outras exposições de arte e eventos musicais. Em 2004, o edifício foi declarado Monumento Histórico Nacional.

Palais de Glace


Interior do Palais de Glace

A avenida passa também pela Faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires, que é um dos edifícios mais impressionantes da cidade. Este edifício, datado de 1949, é o resultado de um concurso de projetos que teve como escolhidos os arquitetos Arturo Ochoa, Ismael Chiapore e Pedro Vivent. Está inspirado no mais puro estilo dórico, sem outra decoração que aquela de sua própria estrutura monumental. 

Ocupa uma superfície de 40.000 m2 distribuídos em andar térreo, andar principal e dois andares altos. Possui um museu, uma pinacoteca e uma biblioteca especializada. No salão nobre destaca-se um óleo de grandes dimensões do artista Antonio González Moreno, que descreve a cerimônia de inauguração da Universidade de Buenos Aires. A Faculdade de Direito foi fundada em 1821 pelo Dr. Antônio Sáenz.

Faculdade de Direito

Seguindo adiante fica a Plaza de las Naciones Unidas, uma praça muito extensa e que possui grandes áreas verdes. Os limites da praça são a Avenida Figueroa Alcorta, os trilhos da ferrovia, a Faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires e os Estúdios da Televisão do Canal 7.

É nela que fica localizada a famosa Floralis Generica, uma escultura de aço e alumínio que foi um presente à cidade dado pelo arquiteto argentino Eduardo Catalano. Ele disse uma vez que a flor "é uma síntese de todas as flores e, ao mesmo tempo, uma esperança renascida todos os dias na abertura". Foi criada em 2002 e uma das características da flor é um sistema elétrico que abre e fecha automaticamente as pétalas, dependendo da hora do dia. À noite a flor se fecha, emanando um brilho vermelho por dentro e reabre na manhã seguinte. Esse mecanismo também fecha a flor se soprarem ventos fortes.

A escultura está localizada no centro da Plaza Naciones Unidas que tem quatro hectares de limites arborizados, cercado por caminhos que se aproximam e oferecem diferentes perspectivas do monumento, e colocado acima de uma piscina refletora, que além de cumprir sua função estética, a protege. Ela pesa dezoito toneladas e tem 23 metros de altura.

Há quatro noites especiais em que as pétalas estão abertas: 25 de maio, 21 de setembro, 24 de dezembro e 31 de dezembro.

Plaza de las Naciones Unidas

Floralis Genérica

E a Avenida Presidente Figueroa Alcorta passa também pelos estúdios de televisão pública argentinos, uma extensa estrutura modernista aberta em 1978 e conhecida localmente por seu jardim na cobertura. Os estúdios são complementados visualmente pelas piscinas refletidas na Rubén Darío Plaza e pela Embaixada do Chile, um prédio menor e modernista construído em 1969.

Estúdios da Television Argentina

Um pouco mais a frente fica localizado o MALBA - Museu de Arte Latino-Americano de Buenos Aires que foi criado pelo empresário argentino Eduardo Costantini, sem fins lucrativos e que foi inaugurado em 21 de setembro de 2001. A instituição foi organizada em torno de 228 obras da Coleção Costantini e continuou a expandir sua seleção de obras de artistas modernos da América Latina do século XXA missão do MALBA é coletar, preservar, pesquisar e promover a arte latino-americana desde o início do século XX até o presente. Isso envolve educar o público sobre artistas latino-americanos e a diversidade de participações culturais e artísticas nessa região.

Também mantém um centro cultural, que exibe exposições de arte e cinema e desenvolve atividades culturais. O museu recebe mais de um milhão de visitantes anualmente e é sustentado por mais de 1.400 clientes ativos. O design do museu foi realizado através de um concurso público com 450 propostas de 45 países foram apresentadas.

O acervo reúne obras de grandes nomes, como Frida Kahlo, Antonio Berni, Julio Le Parc e Alejandro Xul Solar, além dos brasileiros Di Cavalcanti, Lygia Clark, Hélio Oiticica e Cândido Portinari.  É no Malba que está o famoso “Abaporu”, de Tarsila do Amaral.

Malba Museu de Arte Latino-Americano de Buenos Aires

E a avenida continua, passando pelos Jardins Japoneses no bairro de Palermo e segue viajando pelos parques e outras áreas públicas pelos trechos restantes. Corta o vasto Bosques de Palermo, chamado também de Parque Tres de Febrero do urbanista Carlos Thays, oferecendo uma vista de seu extenso jardim de rosas e do planetário Galileo Galilei, inaugurado em 1966. Você pode descer aqui para conhecer os Bosques de Palermo e demais atrações mas como esta é uma das mais famosas atrações de Buenos Aires, eu reservei um dia exclusivo para esta visita, que na minha viagem está programada para o segundo dia. Para saber mais sobre o bairro e os Bosques de Palermo é só clicar no link.

A interseção com a Avenida Sarmiento apresenta o monumento ao General Justo José de Urquiza, obra dos escultores Renzo Baldi e Héctor Rocha e que foi inaugurado em 1958. É uma peça equestre feita de granito e bronze, e na base você pode ver em baixo-relevo a Assembléia Constituinte Geral do ano de 1853 e a Batalha de Caseros, onde Urquiza, que comandava o Grande Exército, derrotou o governador Juan Manuel de Rosas.

Em seguida, passa pelo Buenos Aires Lawn Tennis Club, pelo Velódromo da Cidade e pelo Lago Regata, entra no bairro de Belgrano, passando pelo Parque Paseo de las Américas para terminar mais adiante na Avenida Guillermo Udaondo onde fica o Estádio do River Plate.

Bosques de Palermo

Monumento General
Justo José de Urquiza

Parque Paseo de las Americas


O extremo norte da avenida tornou-se o lar do estádio monumental do River Plate Football Club, concluído em 1938. Mais tarde, a avenida foi agraciada por clubes de tênis e country, parques e vários edifícios públicos monumentais, embora seus canteiros centrais com cara de boulevard tenham sido removidos por volta de 1970 para acomodar o tráfego crescente. As escavações ao longo da avenida em 2008 descobriram restos do antigo Hansen's Café, entre os primeiros e mais populares redutos de tango da cidade até sua demolição em 1912.

Estádio do River Plate

Descer na frente do estádio River Plate e percorrer a pé a Av. Lidoro J. Quintero no bairro Belgrano, até chegar na Av. del Libertador, aproximadamente 5 quadras. Aproveite para curtir algumas das ruas deste bairro tão tradicional porém atraente e que nem sempre aparece na lista dos lugares mais visitados de Buenos Aires. Enfim, ao chegar na Av. del Libertador, pegar a linha 130 que vai percorrer boa parte da Av. del Libertador fazendo o caminho da volta. Descer na Av. Sarmiento.

AVENIDA DEL LIBERTADOR

A Avenida del Libertador é uma das principais ruas de Buenos Aires, estendendo-se por 25 km dos bairros suburbanos ao norte até o bairro mais central de Retiro. No sentido oposto ao da Avenida Presidente Figueroa Alcorta, ou seja, voltando para o centro, ela também passa pelos Bosques de Palermo, Rodesal, Jardim Zoológico, Hipódromo de Palermo entre muitas outras atrações culturais. Liga a capital federal da Argentina com várias cidades da área metropolitana.

Inspirado pela renomada modernização da cidade das luzes pelo urbanista parisiense Baron Haussmann, o prefeito Torcuato de Alvear herdou em 1880 uma cidade em rápido crescimento, paralisada por uma grade tipicamente colonial de ruas estreitas. Seu projeto mais ambicioso foi uma avenida conectando a seção Retiro na região central aos bairros em crescimento de Recoleta e Palermo ao nordeste, na época apenas subúrbios.


 Avenida del Libertador

Inaugurada em 1906, a Avenida Vice-rei Vértiz foi renomeada Avenida del Libertador em 1950, em homenagem ao Libertador da Argentina, Chile e Peru, General José de San Martín, por ordem do Presidente Juan Perón e para comemorar o centésimo aniversário da morte de San Martín.

Desde a sua inauguração, a Avenida del Libertador foi ampliada diversas vezes ao longo das décadas. A cada período de expansão dos bairros suburbanos ou aumento do boom automotivo, eram implementados novos projetos de alargamento, rotatórias ou passagens subterrâneas.

A avenida começa no bucólico bairro de San Isidro, com sua área histórica com ruas de paralelepípedos e antigas casas térreas, passa pelo bairro de Vicente Lopes com suas lojas luxuosas de carros importados e lanchas e segue um longo percurso até chegar ao distrito de Belgrano. Sua rota pelos dois bairros é cercada por alguns dos imóveis residenciais mais valiosos de Buenos Aires. 

Seguindo pela avenida está localizado a Escola Superior de Mecânica da Armada ou ESMA que era originalmente uma instalação educacional da Marinha mas foi usada como um centro ilegal de detenção durante a época da ditadura militar de 1976-1983 da Argentina. Em 5 de agosto de 2004 o complexo da ESMA foi transformado em um museu, o Espaço para a Memória e a Promoção e Defesa dos Direitos Humanos.

Catedral de San Izidro
Antiga ESMA

Como a última parada do nosso city-tour foi nas proximidades do Estádio do River Plate na Av. Presidente Figueroa, vamos conhecer somente uma parte do trajeto da longa Av. del Libertador, que descrevo a partir de agora.

Se não estiver muito cansado, mas sabendo também que ainda tem muita caminhada pela frente, nesta região por onde passa a Av. del Libertador no bairro de Belgrano fica localizado o típico Bairro Chinês e o Parque Barrancas de Belgrano. Caso contrário, pegue o onibus mencionado acima e vamos conhecer essa parte da Av. del Libertador confortavelmente sentados... rsrsrsr... Lembrando que se você ficar vários dias em Buenos Aires pode programar uma visita exclusiva para o Bairro de Belgrano, o que no meu roteiro vai acontecer no 6˚ dia.

O Bairro Chino é um pedaço da Ásia, com a tradição das culturas chinesas, japonesas e tailandêsas principalmente. Lojas e supermercados estão abertos todos os dias da semana das 10 às 21 horas. No cruzamento das ruas Arribeños e Juramento você pode ver o arco que faz porta de entrada para o "Bairro Chino". Este arco de pedra e cimento de 11 metros de altura foi fabricado na China e trazido para a Argentina em pedaços. Possui três níveis de azulejos e é decorado com imagens de dragões e leões.

O exuberante Parque Barrancas de Belgrano foi projetado pelo famoso arquiteto paisagístico franco-argentino Carlos Thays, que projetou muitos espaços abertos em toda a cidade de Buenos Aires. Próximo da Universidade de Belgrano, o Parque Barrancas de Belgrano abrange vários quarteirões da cidade e é visto por prédios altos de apartamentos da classe média alta.

Bairro Chinês
Barrancas de Belgrano

Continuando, a avenida agora no bairro de Palermo, passa pelo Hipódromo e pelos Bosques de Palermo, que falaremos quando da visita específica à estas atrações.

Logo em seguida, a Avenida del Libertador contorna o Monumento a la Carta Magna e las Cuatro Regiones de Argentina está localizado no cruzamento com a Avenida Sarmiento e é comumente referido como o "Monumento do Espanhol".

É aqui que vamos descer para continuar o city tour pela Av. Sarmiento, mas vou continuar apresentando as outras atrações da Avenida del Libertador, afinal como é uma região já bastante central, você pode vir a visitar este trecho em outro dia, por exemplo, se reservar uma manhã para conhecer a Recoleta, é bem pertinho...

O monumento foi uma doação da comunidade espanhola em comemoração ao centenário da Revolución de Mayo de 1810 que marcou o início formal da independência da Argentina da Espanha. Foi construído inteiramente em bronze e mármore de Carrara. A escultura foi finalizada em 1927.

Monumento a la Carta Magna

Vale a pena voltar à Avenida del Libertador e continuar o passeio para ver as próximas atrações. Mas como no roteiro do City-Tour Avenidas será feito um desvio para conhecer a Avenida Sarmiento, fica a dica para aproveitar o dia da visita à Recoleta e continuar o passeio a partir deste ponto. 

Mais adiante a Avenida del Libertador passa pelo Museu Nacional de Artes Decorativas. Foi construído em 1911 como residência da aristocrática família Errázuriz Alvear e até hoje mantém suas características em forma de um palácio. O projeto foi encomendado ao arquiteto francês René Sergent e tem um estilo neoclássico. A maior parte do material foi trazida diretamente da Europa, como revestimentos de madeira, molduras, espelhos e mármores. Também vieram artesãos europeus especialmente para realizar tarefas específicas.

O Museu Nacional de Artes Decorativas foi inaugurado em 1937 e em seu interior encontra-se exposta uma coleção de arte européia e oriental dos séculos XIV ao XX com mais de 4000 peças, dentre as quais estão obras de El Greco, Fantin Latour, Fragonard, Boudin e Corot. Também se destaca o conjunto de miniaturas europeias dos séculos XVI ao XX, considerado o mais importante desse tipo na América. E o museu também dispõe de uma biblioteca e oferece visitas guiadas.

Museu Nacional de Artes Decorativas

E um pouco mais adiante, fica o Museu do Clube Automobilístico Argentino. Neste museu podem ser encontrados veículos do final do século XIX e começo do século XX em excelente estado de conservação, além de peças afins da época e automóveis esportivos que foram utilizados pelos grandes corredores argentinos no século passado. O Automóvel Club Argentino foi fundado em 1904, quando os carros chegaram ao país.

O museu tem carros que datam de 1892, inclusive, em perfeito estado e alguns com trabalho árduo de reconstrução. Além disso, existem capacetes, troféus, roupas, sinais de trânsito, além de recortes de jornais de grandes momentos no automobilismo argentino. Há também homenagens aos grandes e famosos corredores argentinos. Um dos objetos mais marcantes do museu é a Ferrari de Froilan Gonzalez.

Outro automóvel importante é a de Carlos Alberto Reutemann, que costumava competir na Europa. A entrada para o museu é gratuita, e pode ser visitado de segunda a sexta-feira das 10 às 17:30.

Museu do Clube Automobilístico Argentino
Exposição de Carros de Corrida

Em seguida fica localizado o Museo Nacional de Bellas Artes que é um museu de arte clássica que abriga obras de Goya, Rembrandt, Van Gogh, Rodin, Manet e Chagall, entre outros artistas. Foi inaugurado em 25 de Dezembro de 1895 em um prédio na Calle Florida onde hoje ficam as Galerias Pacífico. Em 1909 o museu se mudou para um edifício na Plaza San Martin que originalmente havia sido erguido como Pavilhão Argentino durante a Exposição de Paris em 1889 e que posteriormente foi desmontado e trazido para Buenos Aires.

Em sua nova casa, o museu passou a fazer parte da Exposição Internacional do Centenário, realizada em Buenos Aires em 1910. Após a demolição do pavilhão em 1932, como parte da reforma da Plaza San Martín, o museu foi transferido para sua localização atual em 1933, um edifício originalmente construído em 1870 como uma estação de bombeamento de drenagem e adaptado ao seu uso atual pelo arquiteto Alejandro Bustillo.

Sua coleção permanente totaliza 688 obras principais e mais de 12.000 esboços, fragmentos, olarias e outras obras menores. A instituição também mantém uma biblioteca especializada, totalizando 150.000 volumes, além de um auditório público. O piso térreo do museu abriga 24 salas de exposições que expoem uma bela coleção internacional de pinturas da Idade Média até o século XX, juntamente com a biblioteca de história da arte do museu. As oito salas de exposições do primeiro andar contêm uma coleção de pinturas de alguns dos mais importantes pintores argentinos do século XX, incluindo Antonio Berni, Ernesto de la Cárcova, Benito Quinquela Martín, Eduardo Sívori, Sarah Grilo, Alfredo Guttero, Raquel Forner e Xul Solar, Marcelo Pombo e Lino Enea Spilimbergo. Os dois salões do segundo andar, concluídos em 1984, realizam uma exposição de fotografias e dois terraços de esculturas, além da maioria dos departamentos administrativos e técnicos da instituição.

Museu Nacional de Belas Artes

Um pouco mais à frente, passado a bifurcação com a Av. Presidente Figueroa Alcorta onde fica o Palais de Glace, fico localizado o Museu Ferroviário Nacional "Raúl Scalabrini Ortiz", um centro cultural que possui um patrimônio histórico com exposições de objetos, máquinas, locomotivas, carros e um Centro de Estudos Históricos Ferroviários. 

Dedica-se a preservar o patrimônio do circuito de produção ferroviária, relacionado à história da Argentina. Foi inaugurado em 1968 quando da ocasião de uma exposição na estação de Retiro da Ferrovia Mitre. A Argentina possui uma das mais extensas redes ferroviárias do mundo, como resultado da criação de vários clubes e museus ferroviários no país, em quase todas as cidades, daí a importância de um museu deste estilo. Dentro do museu, você encontra, entre muitos outros objetos, coleções de lanternas ferroviárias, campainhas, nomencladores antigos, roupas de funcionários, louças, interruptores de telefone e telégrafo, vários relógios de pêndulo pertencentes a várias estações que ainda funcionam, assentos antigos madeira de várias categorias (carros e estações), bilhetes antigos, fontes de alimentação e réplicas em miniatura de carros históricos.

Além disso, o museu possui vários veículos históricos, como uma locomotiva a vapor em exibição na entrada cujos visitantes podem acessar a cabine, um antigo veículo de manutenção de via e uma carruagem sobre trilhos. Além disso, na parte de trás do museu, os dois carros presidenciais estão estacionados, entre outros carros antigos.

Museu Nacional Ferroviário

Passado o Museu, a avenida viaja sob o viaduto da Illia Freeway e atravessa o cruzamento com a enorme Avenida 9 de Julho. Continuando para o norte, ao longo do distrito de Retiro, passa pelo importante terminal ferroviário de Retiro e em paralelo à linha ferroviária Mitre.

No extremo norte, a Avenida Libertador torna-se a Avenida Leandro Alem, no canto sudeste da San Martín Plaza.

Bom, como foi dito acima, a parte final da Avenida del Libertador deverá ser visitada opcionalmente em outra ocasião, pois nosso roteiro faz um desvio na Av. Sarmiento. Desça do onibus nas proximidades do Monumento a la Carta Magna, vai ser necessário pedir informações sobre a parada. A idéia é percorrer a Sarmiento a pé, que tem algumas construções bem interessantes, e quando chegar à Av. Santa Fé, pegar um onibus por uma boa extensão dela, até as proximidades da Livraria El Atheneo.

AVENIDA SARMIENTO

A Avenida General Sarmiento é uma avenida localizada no bairro de Palermo e o trecho de nosso passeio vai do Monumento a la Carta Magna na Av. del Libertador até a Plaza Italia.

Em meados de 1800, este cruzamento fazia parte da grande propriedade do Governador Juan Manuel de Rosas. Mas foi somente por volta de 1883 que a avenida ganhou um certo destaque, inclusive com um projeto do presidente à época, Domingo Faustino Sarmiento, que incluia palmeiras tropicais colocadas de ambos os lados, dando-lhe o nome na época de Avenida de las Palmeras.

Mas essas palmeiras não eram adaptadas ao clima e ao terreno e começaram a se deteriorar, transformando-se em uma espécie de coluna com um tufo de folhas murchas no topo, que rendeu vários apelidos à avenida como "as vassouras e espanadores Sarmiento" ou "Avenida de las vassouras". Eventualmente, eles foram substituídos por bananeiras, que ainda hoje existem. Em 1879, a avenida foi renomeada com o nome de Domingo Faustino Sarmiento. 

Avenida Sarmiento quando ainda tinha as palmeiras

Em frente ao Monumento à Carta Magna e às Quatro Regiões da Argentina está o monumento à Domingo Faustino Sarmiento, político tão polêmico quanto esta obra de arte que o lembra. O monumento gerou descontentamento popular devido à falta de semelhança no rosto de Sarmiento. O dia de abertura foi organizado como uma verdadeira celebração, incluindo a iluminação da parte central da cidade e da casa do Governo. Todas as celebrações foram nubladas pelo comentário geral dos participantes do evento, quando o monumento foi descoberto, a exclamação foi generalizada: 'Isso não é Sarmiento!'

O escultor do monumento foi nada mais nada menos que o mestre Augusto Rodin, que revolucionou a arte escultural no final do século XIX. Rodin expressava sua opinião que a escultura moderna não devia ser uma imitação da fotografia. O monumento a Domingo Faustino Sarmiento foi inaugurado em 25 de maio de 1900 nesta tão famosa esquina com os Bosques de Palermo. É uma figura de bronze, na qual o personagem está envolto em uma capa, numa atitude de avançar. É apoiado por uma base em cuja frente vemos uma escultura tipo alívio de Apolo e uma cobra e a parte de trás apresenta o emblema nacional.

Monumento à Domingo Faustino Sarmiento

E por toda a extensão do nosso percurso, do lado esquerdo fica o Ecopark com 45 acres de tamanho e que foi o antigo Zoológico de Buenos Aires. Em junho de 2016, a cidade formou um viés sobre a crueldade do zoológico e foi decidido fechar o zoológico de 140 anos e mudar a maioria dos animais para reservas e santuários naturais e a área foi convertida em um ecopark. A idéia era reabrir como um parque ecológico interativo do século XXI, melhorando o padrão de vida dos animais e oferecendo aos visitantes uma experiência mais educacional e gratificante para toda a família.

Entrada do Eco Park

As áreas gramadas do parque estão cheias de pássaros e roedores nativos, que vieram ao zoológico para apanhar a comida jogada aos animais pelo visitante. Coelhos, patos, maras e pavões percorrem livremente o terreno do parque. Uma variedade de macacos e pequenos mamíferos também habitavam o antigo zoo. Eles estão localizados nas ilhas e muitas lagoas do parque ou vagam livremente.

O lago com as aves

O parque tem um horário de funcionamento mais curto que o antigo zoológico e a entrada é limitada a 2.000 pessoas por dia. Não é permitido alimentar os animais. O trabalho de criação do parque está em andamento, mas duas áreas já estão abertas ao público para visitas. 

Perto da entrada da Plaza Italia há uma área com patos, maras, pavões e outras espécies que vagam livremente em uma área que recria um habitat natural de lagoas e pastagens.

O segundo espaço localizado na Avenida del Libertador é chamado "El Estanque" ou o lago, e possui mais de 2.000 exemplos de árvores e arbustos e 200 espécies nativas. Aqui novos caminhos foram criados e obras de arte do antigo zoológico foram restauradas, incluindo fontes e esculturas.

El Estanque

Em um futuro próximo serão criadas 6 ecorregiões cujo objetivo é permitir que os animais coexistam entre diferentes espécies da mesma maneira que na natureza, em grandes espaços. São elas: Buenos Aires Silvestre, Montanhas Yaguareté, Dos Andes à Patagônia, Costas e Mar da Argentina, Conservando nossa Biodiversidade e a Transformação do Jardim Zoológico ao Ecopark.

Horário: de terça a domingo, das 10h às 17h.
Números limitados.
A entrada é gratuita.


Os passeios pelo Ecopark

Dentro do Ecopark encontra-se também o Centro de Arte y Naturaleza, um dos museus que faz parte do MUNTREF (Museus de la Universidad Federal Tres de Febrero) e que é um marco para a arte e a cultura argentina. Este centro de exposições foi aberto durante a primeira edição do tema Bienalsur com o objetivo específico de aumentar a conscientização sobre a necessidade de uma sociedade ecologicamente sustentável.

Foi feito também um trabalho de recuperação de um edifício tradicional na vida da cidade, restaurando seu valor patrimonial e dando-lhe uma nova vida, concentrando-se na expansão da dinâmica cultural de Buenos Aires.

Centro de Arte y Naturaleza

Do outro lado da Av. Sarmiento fica localizado o Centro de Exposições de Buenos Aires, fundado em 1878 com a celebração da terceira Exposição Nacional de Pecuária. Esse centro de exposições oferece uma área coberta de 45.000 m² com 10.000 m² de espaços abertos e espaços verdes e um estacionamento subterrâneo com capacidade para 1.000 carros.

Sedia anualmente a Exposição Internacional de Pecuária, Agricultura e Indústria, popularmente conhecida como La Rural e que é o evento que a Sociedade Rural Argentina realiza geralmente no mês de Julho e na primeira quinzena de Agosto. A cada ano se concentram neste recinto de feiras mais de 4.500 expositores de animais e 400 expositores comerciais, com a presença de mais de um milhão de pessoas.

Até 2018, foram realizadas 132 edições e, ao longo dos anos, tornou-se a área de negócios mais importante da comunidade agroindustrial, sendo o ponto de encontro de produtores, contratados, empreendedores, profissionais, estudantes e técnicos da Argentina e do mundo.

Nos anos 90, o presidente Carlos Menem vendeu o recinto de feiras de Palermo para a Sociedad Rural Argentina. A operação foi denunciada como uma venda a preço desprezível por José María Campagnoli, com altas autoridades do país e da SRA sendo processadas, e atualmente ainda estão em processo judicial por corrupção.

La Rural

Um pouco mais adiante fica a Plaza Italia, no cruzamento com a Avenida Santa Fé. No centro da praça há uma estátua equestre para Giuseppe Garibaldi, inaugurada em 19 de junho de 1904, em uma cerimônia em que participaram os presidentes Julio Argentino Roca e Bartolomé Mitre.

Estátua Equestre de Giuseppe Garibaldi

Plaza Italia

Sob o parque há uma estação de metrô de mesmo nome na linha "D" do sistema, que dá fácil acesso principalmente aos Bosques de Palermo e todas as suas atrações. Entre a esquina da Praça e o Centro de Exposições há uma coluna romana, original do Fórum Romano, doada pela cidade de Roma. Com mais de 2.000 anos, é um dos monumentos mais antigos da cidade.

Coluna Romana

As obras de construção da praça foram iniciadas em 1898. Antes disso, a área era chamada Plaza de los Portones, ou Praça dos Portões Grandes em português, devido aos grandes portões existentes na entrada da atual Avenida Sarmiento. O nome foi mudado em 1909 para o nome presente.


O primeiro bonde elétrico em Buenos Aires partiu da Plaza Italia em 1894. Este é comemorado em um pequeno mosaico colocado no lado nordeste da Avenida Santa Fé.

Mosaico em Homenagem ao Primeiro Bonde

Caso você não queira percorrer a Avenida Santa Fé à pé, pode fazê-lo rapidamente pelo metro que percorre por baixo ou pegar na própria Avenida Santa Fé o ônibus 152 ou o 39 (melhor), que percorrem a avenida inteira. Desça próximo à Rua Riobamba nas proximidades da Livraria El Atheneo Splendid. Mas o que todo mundo indica mesmo é fazer o percurso à pé, porque para as mulheres é maravilhoso, mas acho que bastante cansativo, visto que estamos na metade do City Tour.

Bom, a continuação do City-Tour Avenidas se dará na próxima página... é só clicar no link City-Tour Avenidas 2.


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