Passeios Opcionais 02


*** PASSEIOS OPCIONAIS 02 ***
6. Dia - Montevideo

Data: __ de ______ de 20__

Buenos Aires e Montevideo são duas cidades muitos próximas, mas muito próximas mesmo!! Os dois países, Argentina e Uruguai, são separados pelo Rio da Prata, o que faz com que muitos turistas que estão em uma cidade acabem aproveitando para tirar um dia e conhecer a outra!

Panorâmica de Montevidéo

É comum moradores de Buenos Aires passarem o final de semana em Montevidéu. Por isso, se você visitar Buenos Aires e tiver interesse, é muito fácil e barato chegar a Montevidéu. Há quatro maneiras de viajar entre as duas capitais: avião, ônibus e barco. 

Já adianto que a última é a melhor, por isso vou dar somente algumas dicas para esta opção, pois provavelmente vai ser a que vou escolher quando de minha viagem.

A empresa que opera esta rota é a Buquebus, no novo barco super-rápido chamado Francisco, em homenagem ao Papa Francisco. A viagem dura 2h15 horas, então é importante calcular bem os horários para ir cedinho podendo assim aproveitar o dia todo, lembrando que você vai voltar quando já estiver de noite.

O terminal da Buquebus fica na continuação do Puerto Madero, em frente à avenida Córdoba. Mas para maiores informações, acesse o site da BuqueBusO site uruguaio do Buquebus tem preços melhores e você pode comprar mesmo se for sair de Buenos Aires. Note que o sinal "$" significa pesos uruguaios no site uruguaio e pesos argentinos no site argentino, e não dólares.

De qualquer forma, pra se ter uma ideia dos horários, vou deixar marcado abaixo as melhores opções para ir e voltar.

1) De Buenos Aires para Montevideo: 
    a) sai às 07:30 h e chega às 09:45 h. Todos os dias da semana.

2) De Montevideo para Buenos Aires, tem duas opções:
    a) sai às 19:31 h e chega às 21:46 h. De segunda a sábado.
    b) sai às 20:15 h e chega às 22:30 h. Somente aos domingos.

Ferryboat Francisco

Há muita coisa para se fazer na Capital Uruguaia e não tenho a pretensão sequer de listar todas essas atividades, já que um dia para conhecer uma cidade inteira é praticamente insano. Mas vamos pelo menos conhecer as mais importantes atrações.

Atrás do terminal do Buquebus fica o Mercado del Puerto, mas vamos deixar para voltar nele na hora do almoço. A maioria das dicas de viagem bate-volta para Montevideo sugere começar o dia com um passeio a pé pela Ciudad Vieja, ou Cidade Velha, que é o ponto inicial de qualquer passeio na cidade. É melhor visitá-la durante a semana ou no sábado de manhã porque no sábado à tarde e no domingo as lojas fecham e as ruas ficam vazias. Abaixo, um mapa da Ciudad Vieja com todas as principais atrações.

Mapa da Ciudad Vieja de Montevidéo

Vá caminhando pelas ruas por trás do mercado até chegar na linda Plaza Zabala, considerada uma das mais bonitas da cidade. Seu nome é uma homenagem ao fundador da cidade, Bruno Mauricio de Zabala. Caracteriza-se pelo seu formato oblíquo, que transgride o xadrez perfeito das ruas do centro histórico, bem como por seus jardins ao estilo parisiense, idealizados por seu projetista, o arquiteto e paisagista francês, Eduardo André.

É uma das poucas praças da cidade que ainda mantém as suas grades e portões de ferro. Está localizada onde antigamente ficava o forte de Montevidéu. A rua ao redor da praça chama-se Circunvalación Durango, em homenagem à cidade de Durango, na Espanha, cidade natal de Zabala. No lado norte está o Palácio Taranco, sede do Museu de Artes Decorativas e a Casa Saenz-Zumarán, atualmente a sede de um banco.

Plaza Zabala

Seguindo pela Calle Buenos Aires, um pouco mais adiante, fica o Teatro Solis, famoso cartão postal da cidade construído entre os anos de 1840 e 1856 e que teve seu nome em homenagem ao descobridor do Rio da Prata, Juan Díaz de Solís. É possível fazer visitas guiadas nas terças, quartas, quintas, sextas e domingo, às 11h, 12h e 16h, e, nos sábados, às 11h, 12h, 13h e 16h.

O Teatro Solís foi inaugurado no ano de 1856 na presença do presidente Gabriel Antonio Pereira, com a representação da ópera Ernani de Verdi, embora a idéia de ter um teatro de nível internacional na capital da jovem república quase sempre existiu. Tem o nome do navegante espanhol Juan Díaz de Solís, que foi comandante da primeira expedição européia a penetrar no Rio da Plata. Antes do nome ser escolhido tinham-se arranjado outros, como Teatro del Progreso, Teatro de la Empresa e Teatro del Sol, devido ao grande sol que coroa a fachada do edifício.

A fachada principal de Solís tem semelhanças à do Teatro Carlo Felice, em Génova, tem uma forma ligeiramente elíptica como a do Teatro alla Scala, de Milão, embora o interior do Solís mantenha uma semelhança notável com outro teatro italiano, o Teatro Metastasio de Prato, perto de Florença.

O teatro possui as características típicas dos teatros líricos, com orquestra e 4 anéis conhecidos como Baixo Tertulia, Tertulia Alto, Panela e Paraíso.

Fachada do Teatro Solis

Interior do Teatro Solis

Quase na frente do Teatro Solis fica a Plaza da Independencia, construída em 1837, e que contém vários edificios de grande importância histórica e cultural.

Foi originalmente projetada pelo arquiteto Carlo Zucchi em 1837, quando a cidade se expandiu, como parte de um plano diretor. O projeto teve a inspiração de seus professores: Charles Percier e Pierre François Léonard Fontaine, autores de obras como a parisiense Rue de Rivoli, e os criadores do estilo império e do estilo diretório. Esse projeto foi alterado em 1860 por Bernard Poncini.

Plaza de la Independencia

Em seu centro está a grande estátua equestre de José Gervasio Artigas e pode ser acessada através de escadas até o mausoléu subterrâneo onde se conservam os restos mortais do herói nacional em uma urna. A estátua é obra do escultor italiano Angelo Zanelli.

A leste fica a Porta da Cidadela ou Puerta de la Ciudadela, testemunho de uma Montevidéu colonial, remanescente preservado e valorizado da antiga entrada nas muralhas que protegiam a cidade e também o início da via para pedestres Sarandí.

Estátua equestre de José Gervasio Artigas
Puerta de la Ciudadela

Em frente à calçada sul pode-se encontrar a Torre Executiva, atual sede do Poder Executivo, e o edifício onde funciona a sede da presidência do Uruguai. Sua construção iniciou-se em 1963, mas as obras foram muito lentas. Originalmente o edifício seria utilizado pelo poder judicial uruguaio, mas o governo do Presidente Tabaré Vázquez adquiriu o edifício para o poder executivo em 2006. As obras da Torre foram reiniciadas e a inauguração ocorreu em 2009. O edifício tem 56 metros de altura e 12 andares, sendo a maior parte da área ocupada pela Presidência da República. O despacho do presidente ocupa o 11˚ andar.

Torre Executiva

Outro edifício próximo à Torre Executiva é o Palácio Estévez, até poucas décadas atrás, a sede do mesmo poder, apesar de ainda ser utilizado para alguns atos protocolares da presidência, como por exemplo, a transferência da faixa presidencial. Esse Palácio foi construído entre 1873 e 1874 como moradia da família Estévez. Em 1878 foi comprado pelo governo, passando então a ser sede oficial do governo do Uruguai. 

Desde 1999 funciona como museu dedicado à história da presidência, o Museo de la Casa de Gobierno. Seu nome foi oficialmente alterado para Edificio José Artigas em 2009, em homenagem ao herói nacional do Uruguai.

Palácio Estévez

Na calçada oeste, na esquina com a Avenida 18 de Julio pode-se ver o Palácio Salvo, obra do arquiteto italiano Mario Palanti, um imigrante italiano que vivia em Buenos AiresEste mesmo arquiteto foi quem construiu o Palacio Barolo em Buenos Aires, um edifício considerado gêmeo do Palácio Salvo por seguir o mesmo estilo arquitetônico.

Inaugurado em 1928, esse é o edifício mais fotografado da cidade e com seus 95 metros e 27 andares, foi considerado a torre mais alta da América do Sul por vários anos. De estilo ecléctico e um gosto duvidoso, foi muito criticado pelos arquitetos da época por sua silhueta característica, mas acabou convertendo-se no edifício mais emblemático da cidade, recordando os anos de prosperidade das primeiras décadas do século XX.

Uma curiosidade é que está localizado neste edifício o Museo do Tango La Cumparsita, que por sua vez ocupa o local onde foi construída a mítica confeitaria La Giralda. O tango "La Cumparsita", composto por Gerardo Matos Rodríguez em 1917, soou pela primeira vez neste estabelecimento, que hoje virou museu.

Palácio Salvo

Saindo da Plaza da Independencia, aos pés da Puerta de la Ciudadela, começa a Calle Sarandi ou Peatonal Sarandi, uma rua só para pedestres e um dos principais calçadões da Ciudad Vieja. Ela passa pela Plaza Constitución, onde está a bela Catedral Metropolitana e só vai terminar mais adiante, já na Avenida Costera.

É nela que vamos conhecer muitos locais de valor histórico e arquitetônico e também é cheia de lojinhas, cafés e restaurantes. E é também um caminho de volta para se chegar ao Mercado del Puerto, justamente onde é super recomendado para se ir almoçar.

Peatonal Sarandi

Logo no primeiro quarteirão vamos encontrar o Museo Torres García, um museu dedicado ao famoso pintor uruguaio, Joaquín Torres García, que foi fundado em 1949, logo após a sua morte.

A história deste museu é bem interessante. Logo após a morte de Torres García, sua família decidiu criar um museu com o legado do mestre, tanto obras de arte como documentos.

Em 1955, inaugurou-se o Museo Torres García em um local cedido pela Intendência de Montevidéu até 1967, quando mudou-se para o subsolo do Ateneo de Montevidéu, onde operou até 1975. Por alguns anos permaneceu sem sede até o final do período da ditadura cívico-militar no Uruguai.

Em 1978, uma grande retrospectiva do trabalho de Torres García estava montada no Brasil, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro que realizava a exposição temporária "Geometria Sensível" com 80 telas do pintor. Fatidicamente o prédio do museu incendiou-se completamente durante a madrugada do dia 8 de julho, e dos quadros do pintor uruguaio nada sobrou. A perda representou 90% do que o artista produzira e quase gerou um incidente diplomático. 

O Museo Torres García em Montevidéu exibe atualmente somente réplicas fotográficas de seus trabalhos. Junto com as obras de Torres García, queimaram no incêndio irreversivelmente telas de Pablo Picasso, Joan Miró, René Magritte e de vários artistas brasileiros representativos na época, como Di Cavalcanti e Candido Portinari. Um desastre sem precedentes na história das grandes coleções de artes plásticas. Somente nos anos 90 as instituições internacionais voltaram a confiar no Brasil para receber mostras de grande porte. E cá entre nós, apesar de ser brasileira, digo que não deveriam fazer isso, tendo em vista o incêndio que destruiu completamente o Museu Nacional do Rio de Janeiro em 2018. Sinceramente, o Brasil precisa aprender muito ainda sobre preservação de sua cultura!!! 

Vontando... em 1986, a Fundação Torres García foi criada, presidida pela viúva do artista e com a participação de seus filhos Augusto e Olimpia. Através de um acordo com a Generalidade da Catalunha e o Estado Uruguaio, foi possível reabrir o museu. Desde 1990, está em sua localização atual, em um prédio art decó de cinco andares na Peatonal Sarandi. Este mesmo edifício foi construído para sediar o Bazar Broqua & Scholberg, importante casa de armas e variedades importadas, que lá operou desde a década de 1920 até 1975, e carrega importante valor histórico dada sua arquitetura e localização privilegiada.

Museo Torres García

E ao lado do museu fica localizada a Librería Mas Puro Verso, uma das livrarias mais tradicionais e belas de Montevideo. Vale muito a pena entrar e se encantar com o acervo e o ambiente. Eu sou louca por livrarias e papelarias, então, pra mim vai ser parada obrigatória.

A livraria ocupa o térreo e o primeiro andar do Edifício Pablo Ferrando, tombado pelo Patrimônio Histórico. Construído em 1917 para servir de sede para uma loja de artigos ópticos e equipamentos médicos, o prédio foi abandonado após o fechamento do comércio, em 1999. Depois de ser restaurado, foi reaberto em 2008, quando passou a abrigar a Librería Mas Puro Verso, além de outros escritórios nos demais andares.

Projetada pelo arquiteto italiano Leopoldo Tosi, a construção de estilo “art nouveau” europeu possui um lindo vitral centralizado acima do primeiro lance de sua escadaria de mármore, que chama a atenção dos visitantes. A livraria ainda possui um café e restaurante lounge, com algumas opções gastronômicas para acompanhar sua leitura. Ao sentar nas mesinhas da lanchonete lá de cima, é possível ver os pedestres passando pela Peatonal Sarandí.

Librería Mas Puro Verso

Em seguida, ainda na Peatonal Sarandi, vamos chegar na Plaza Constitución, também conhecida com Plaza Matriz, que é a mais antiga da cidade. A praça recebeu seu nome oficial por ter sido neste local que se jurou, em 18 de julho de 1830, a primeira constituição da recém nascida República do Uruguai. Na antiga cidade colonial e durante as primeiras décadas da independência do Uruguai, esta praça foi o centro da vida nacional, posicionada em frente ao Cabildo de Montevidéu, sede do governo colonial, obra de Tomás Toribio, e à igreja Matriz, atual Catedral Metropolitana de Montevidéu, esta última conservando os restos mortais de Fructuoso Rivera, Juan Antonio Lavalleja e Venancio Flores.

Atualmente ela é o centro comercial e turístico do bairro, juntamente com a via para pedestres Peatonal Sarandí. Em suas imediações encontram-se escritórios de ministérios, bancos e instituições culturais, bem como uma variada oferta gastronômica.

Plaza Matriz ou Plaza Constituición

É nessa praça que se localiza a Catedral Metropolitana de Montevideo, a principal igreja do centro histórico. A atual catedral tem suas origens ligadas à antiga igreja matriz de Montevidéu, construída no ano de 1720, durante as obras de fortificação do porto de Montevidéu realizadas pelo governador Bruno Mauricio de Zabala, governador espanhol à época. Durante as obras, realizadas com a participação dos índios tapes trazidos das missões jesuítas, foi erguida uma primeira igrejinha, muito modesta, considerada a antecessora histórica da atual catedral.

Os planos da cidade previam a construção da matriz de Montevidéu, assim como o cabildo, na praça principal da nova cidade, atual Plaza de la Constitución. Assim, já nos anos de 1730 começou a ser construída uma igreja matriz de tijolos na praça principal, inaugurada em 1740. Desde os primeiros anos da história da igreja matriz preserva-se a imagem de Nossa Senhora da Fundação, ou Nuestra Señora de la Fundación, venerada hoje na Capela do Santíssimo Sacramento da catedral atual.

Catedral Metropolitana de Montevideo

Essa primeira matriz ruiu parcialmente em 1788, transferindo-se os ofícios religiosos à antiga igreja dos jesuítas da cidade. Decidiu-se então a reconstrução da nova matriz, no mesmo local, seguindo um desenho muito mais amplo e ambicioso, o que deu origem ao atual edifício da Catedral de Montevidéu. A pedra fundamental foi lançada no dia 20 de setembro de 1790, não sendo conhecido exatamente quem foi o autor do projeto. 

A nova igreja matriz de Montevidéu foi inaugurada em 1804, faltando-lhe as torres e outros detalhes. Estilisticamente a igreja filia-se à arquitetura neoclássica, especialmente no que se refere à fachada principal. A planta da igreja é de três naves com transepto e cúpula sobre o cruzeiro, um modelo semelhante à de igrejas de influência jesuítica da região. A igreja, ainda inacabada, foi danificada por fogo de artilharia em 1807, na época da invasão inglesa do Rio da Prata. As duas torres que flanqueiam a fachada só foram terminadas na década seguinte, por volta de 1818.

O interior da Catedral

Entre as grandes personalidades que visitaram a cidade e a sua igreja matriz no século XIX destacou-se o futuro Papa Pio IX, que ali esteve em 1824. Mais tarde, em 1870, elevou a igreja a Basílica, em reconhecimento de sua relevância religiosa e cultural. Em 1878, com a criação da Diocese de Montevidéu, sob Mons. Jacinto Vera, transformou-se em Igreja Catedral e, em 1897, pelo Papa Leão XIII, em Catedral Metropolitana.

Na matriz celebraram-se os principais atos históricos do Uruguai. Nela deu-se a benção da primeira bandeira e o juramento da primeira constituição. Nela se encontram sepultados os arcebispos e bispos de Montevidéu, além de outras autoridades eclesiásticas, civís e militares. Entre as obras de arte do interior do templo salienta-se hoje o mausoléu do primeiro arcebispo de Montevidéu, Monsenhor Mariano Soler.

O Altar-mor da Catedral

Ali perto na Calle Rincón, fica o Museo Andes 1972, um curioso museu dedicado à história do vôo que caiu na Cordilheira dos Andes, acarretando a morte de 29 pessoas. Vai ser necessário fazer um pequeno desvio, na própria praça, mas vale a pena.

É um museu sobre a história do vôo 571 da Força Aérea Uruguaia que caiu em um acidente de avião ocorrido nos Andes em 1972, envolvendo um grupo de jogadores de rúgbi do ensino médio uruguaio, seus amigos e parentes que viajavam para o Chile. A história de como sobreviveram à tragédia foi transmitida mundialmente por meio de livros, documentários, fotos e conferências e serviu de fonte de informação e inspiração para vários filmes sobre o assunto.

O museu homenageia a memória das 29 pessoas que morreram no acidente de avião nos Andes e a quem arriscou a vida para salvar o resto. É uma lembrança daqueles 16 uruguaios que voltaram à vida após 72 dias nos Andes gelados, sem alimentos e roupas adequadas. 

O museu está aberto de segunda a sexta-feira das 10h às 17h e aos sábados das 10h às 15h. Endereço: Calle Rincón 619.

Museo Andes 1972

E também ali pertinho fica o Café Brasileiro, o mais antigo e emblemático café da cidade. Em ótima hora pra fazer uma pausa, tomar um café e experimentar alguma gordice uruguaia e aproveitar para descansar os pesitos!!!

O local, que foi declarado patrimônio cultural, ficou conhecido por ter diversos artistas, poetas e escritores como clientes, a exemplo do escritor Eduardo Galeano e do cantor de tango Carlos Gardel. Além do mais, trata-se da mais antiga empresa do Uruguai, ainda em funcionamento, fundada em 1877.

O próprio edifício em que está localizado é uma jóia arquitetônica e o café mantém a mesma decoração desde a época da fundação, com um toque de art nouveau nos artefatos de bronze, além de cadeiras italianas e demais móveis, que mantêm o estilo apresentado desde sua inauguração. Em seu cardápio está o Café Galeano, em homenagem ao famoso escritor, frequentador do estabelecimento por mais de vinte anos.

Está localizado na Rua Ituzaingó n. 1447 e funciona de segunda a sexta, das 10h às 19h. Fechado aos sábados e domingos.

Café Brasileiro
Interior do Café Brasileiro

Planeje sua visita culminando com um almoço no Mercado del Puerto, onde você prova o legítimo churrasco uruguaio vendo as carnes sendo assadas em grelhas à sua frente. Para isso, será necessário voltar para o início da caminhada, o que você pode fazer passeando por toda a Calle Sarandí, assim você pode aproveitar para conhecê-la bem!!

O Mercado del Puerto é uma das principais atrações da capital Uruguaia. Eu acho mais interessante conhecer a pé a Ciudad Vieja e depois voltar para o mercado, pois assim já dá para fazer uma pausa no meio do dia e almoçar. A graça no mercado é esperar por um lugar no balcão de uma das inúmeras churrascarias e ver a carne ser preparada ao vivo, bem na sua frente.

O Mercado del Puerto não é um mercado nos moldes tradicionais, mas um importante centro gastronômico, cujo carro chefe é a parrillada, prato com variadas carnes assadas na parrilla, churrasqueira à base de lenha. As carnes e os queijos uruguaios são saborosos e de muita qualidade, mas o cardápio dos restaurantes inclui peças não muito comuns para os brasileiros, como riñones (rins), molleja (glândulas salivares do boi) e chinchulines (intestinos). Medio y Medio (espumante com vinho branco) e Clericot (vinho branco com frutas) são bebidas típicas e boas pedidas para acompanhar o churrasco. 

Nos arredores do mercado, ocorrem feirinhas de artesanato, com lindos trabalhos manuais. A criação do mercado foi uma iniciativa do comerciante espanhol Pedro Saenz de Zumarán e foi inaugurado em 10 de outubro de 1868, conservando a aparência semelhante à de uma estação ferroviária antiga. Suas estruturas de ferro foram construídas na Inglaterra, em Liverpool, e seu relógio central de estilo inglês já é centenário.

Mercado del Puerto

A parrillada

Depois de almoçar, a continuação perfeita para o resto da tarde é pegar o Bus Turístico, que sai dos fundos do Mercado e faz de 6 a 11 paradas, dependendo da companhia, no sistema Hop On – Hop Off, ou seja, você tem a opção de descer em qualquer um desses locais para conhecer com mais calma e depois pegar o próximo ônibus turístico que passar. Se você não descer em nenhum ponto turístico, o tour dura 2 horas.

Há diferentes companhias de ônibus turísticos em Montevidéu, porém a estrutura do passeio é a mesma, e muitas vezes o roteiro também. Então vale a pena pesquisar aquela que oferece um maior custo-benefício, comparando valores, quantidades de pontos de parada e outras facilidades. Infelizmente, enquanto pesquisava vi que vários usuários tinham críticas ao serviço, como impontualidade, som deficiente, informações erradas. Por isso, é importante avaliar bem qual escolher.

Os ônibus são bem modernos e possuem dois andares, sendo que o segundo andar pode ser aberto ou fechado. Os ingressos válidos por 24 horas custam em torno de 690 pesos uruguaios, cerca de R$ 88, e algumas companhias também dispõem de um ingresso válido por 48 horas por cerca de 1060 pesos uruguaios, cerca de R$ 136. Os horários de saída e chegada dependem da companhia, sendo no período entre manhã e tarde. Tente verificar com a Bus Turístico Montevideo ou com a Civitatis.

É bem provável que o roteiro, que sai do Mercado del Puerto, percorra a Ciudad Vieja com a Plaza Independencia, e passe pelo Palacio Legislativo, o Mercado Agrícola, o Parque del Prado, o Jardin Botanico, o Obelisco, o Estádio Centenario, o World Trade Center, o Parque Rodó, o Shopping Punta Carretas e muito mais.

Abaixo, as fotos de algumas das principais atrações do percurso que as empresas de ônibus turístico costumam fazer. E também um roteiro completo, sujeito a alterações, da operadora Bus Turístico, para você ter uma idéia.

Palacio Legislativo
Mercado Agrícola
Parque del Prado

Jardin Botanico

Obelisco

Estádio Centenario

World Trade Center

Parque Rodó

Shopping Punta Carretas


Mapa da Bus Turistico, clique para ampliar

Ao final da tarde, quando voltar do percurso do City-tour, no mesmo local onde começou no Mercado del Puerto, siga para a Rambla de Montevideu que é uma larga avenida de 22km de comprimento que costeia o Rio da Prata, sendo uma importante via de circulação de veículos e de pedestres na capital uruguaia, além de ser por si só uma atração turística. Mas calcule bem o tempo porque até chegar no letreiro são 10 quilometros de distância, o que de carro/taxi vai levar aproximadamente 20 minutos sem trânsito. E com trânsito, a gente não tem a menor idéia de quanto tempo pode levar, lembrando que final de tarde é sempre horário de rush em qualquer capital do mundo.

A Rambla, que se estende desde a Ciudad Vieja até o limite com a Ciudad de la Costa, acompanha diversos acidentes geográficos montevideanos, como Punta Carretas e a Ilha das Gaivotas, e ao longo dela se localizam numerosas praias, como Ramirez, Pocitos, Buceo, Malvín e Carrasco. Costuma-se chamá-la também de Rambla Nações Unidas e em seu longo percurso ela assume diferentes nomes oficiais.

Letreiro de Montevideo

No final do trecho que fica em Playa de los Pocitos, fica localizado o famoso e popular letreiro com as icônicas letras formando a palavra Montevideo. É daqui que se tem uma vista maravilhosa da praia e dos edifícios ao longo da orla do rio e, ao final da tarde, pode-se observar um belíssimo pôr do sol, sendo que à noite, esse letreiro fica todo iluminado. 

O letreiro foi instalado em 2012 e foi todo feito em madeira, mas logo sofreu uma degradação gradativa pelas intempéries e também por atos de vandalismo. Pela boa aceitação geral, em 2014 foi substituido pelo atual, em concreto, fixo numa base cimentada, medindo 15 metros de comprimento por aproximadamente 2 metros de altura, fazendo com que muitas pessoas subam e se sentem nas letras para tirar fotos. 

Habitualmente, sua pintura é branca, mas em datas comemorativas ou especiais fica pintado de cores ou motivos de temas específicos para cada ocasião. Como é um dos pontos de interesse da cidade, o local fica cheio de turistas, sendo praticamente impossível tirar uma foto sem que apareçam várias outras pessoas. Pela facilidade de acesso e de estacionamento, o melhor horário para se evitar muita aglomeração, é logo de manhã cedo ou já no início da noite.

Letreiro iluminado à noite

Bom, passeio de um dia por Montevideo finalizado, agora é correr de volta para o terminal da BuqueBus para pegar o ferryboat e retornar para Buenos Aires.



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