Plaza de Mayo e Casa Rosada


*** PLAZA DE MAYO ***
*** CASA ROSADA ***

3. Dia - Manhã

Data: __ de ______ de 20__

Buenos Aires é uma das metrópoles mais vibrantes e cosmopolitas das Américas. Com jeitão europeu e sangue latino, Buenos Aires está recheada de museus e cafés charmosos sobretudo no Centro, onde a capital portenha respira história.

É ali que ficam a Plaza de Mayo, a primeira praça da cidade; a famosa Casa Rosada, sede do governo argentino; e é onde começa a Avenida de Mayo, com seus edifícios de explêndida arquitetura. Numa caminhada leve dá para visitar os cartões-postais e ainda conhecer lugares quase exclusivos dos moradores.

Uma coisa importante de dizer é que deve-se programar o passeio para conhecer a Plaza de Mayo e a Casa Rosada em um sábado, domingo ou feriado, pois são os dias em que ocorrem as visitas guiadas à famosa atração. 

A praça recebeu esse nome graças à Revolução de Maio de 1810, quando os portenhos decidem expulsar os colonizadores espanhóis e começar a luta pela sua independência. 

Mapa

O local é onde começavam todas as manifestações políticas há mais de três séculos e até os dias atuais é o cenário escolhido pelos diferentes movimentos políticos e sindicais para realizar manifestações.

Depois da segunda fundação da cidade de Buenos Aires em 11 de junho de 1580 pelo espanhol Juan de Garay, foram definidos os quarteirões que iriam constituir a base da cidade de Buenos Aires. No quarteirão central dessa área encontrava-se a chamada Praça Maior, a atual Plaza de Mayo.

Plaza de Mayo com a Pirâmide de Mayo e a Casa Rosada. Ao fundo, o Rio da Prata

Está rodeada pelas três construções principais que na época eram necessárias para fundar uma cidade: a Catedral Metropolitana, o Cabildo e a Casa Rosada e vários outros pontos de interesse histórico e cultural. Nesta página vou falar exclusivamente sobre a Casa Rosada e o Museu da Casa Rosada, já que a história é longa e muito interessante. Sobre os outros edifícios importantes dos arredores, vou falar na página Plaza de Mayo e Monumentos.

Pela sua estratégica localização, é difícil viajar a Buenos Aires pela primeira vez e não atravessar a Plaza de Mayo pelo menos uma vez, já que fica muito próxima dos principais pontos turísticos da cidade: o moderno bairro de Puerto Madero, o Micro Centro portenho, a transitada e famosa Calle Florida e outros.

Plaza de Mayo com a Pirâmide de Mayo e o Cabildo ao fundo

Plaza de Mayo de outro lado 

O edifício histórico de maior importância na Plaza de Mayo é a Casa Rosada. Sede oficial do poder executivo do governo argentino desde 1873, ganhou a cor e o nome devido à mistura de cal e sangue de boi usada para impermeabilizar as paredes. A Casa Rosada é a sede oficial do poder executivo do governo argentino.

A Casa Rosada tem uma história de construção que vale a leitura extensa... é praticamente uma colcha de retalhos, vários prédios que foram sendo transformados para se tornarem o que é hoje, um grande palácio, sede do Governo da Argentina.

O edifício que hoje é a sede da presidência se encontra sobre o que foi a Real Fortaleza de Don Juan Baltazar de Austria, construída pelo governador Fernando Ortiz de Zárate em 1594, às margens abarrancadas do Rio da Prata. A fortaleza foi reconstruída em 1713, sendo substituída por uma construção de quase 1 hectare, rodeada por um fosso profundo, com quatro torreões retangulares e uma ponte levadiça que dava à “Plaza Mayor”, a atual Plaza de Mayo. Esse forte recebeu o nome de “Castillo de San Miguel” em 1720, quando foram completadas as obras de defesa.


Aquarela da Real Fortaleza ou Castelo de São Miguel

O Forte de Buenos Aires serviu de sede aos governadores, depois aos Vice-reis do Vice-Reino do Rio da Prata e aos governos independentes a partir 1810. Na década de 1820, o presidente Rivadavia ordenou modificações que substituiram a ponte levadiça por um pórtico em estilo neo-clássico.


O Forte de Buenos Aires já com o pórtico substituindo a ponte levadiça

A fortaleza foi demolida parcialmente na década de 1850 para ser construído em seu lugar o edifício da Aduana Nueva, também chamada de Aduana Taylor, projeto do arquiteto inglês Edward Taylor. Era o edifício que sediava a Nova Alfândega. 

Da antiga fortaleza restou somente um arco e uma parte do interior das muralhas demolidas, que foi posteriormente reformado e convertido em Casa de Gobierno. Mas foi somente na presidência de Domingo Faustino Sarmiento, entre 1868 e 1874, que a nova Casa de Gobierno foi pintada de rosa.

Aduana Nueva com a Casa do Governo sendo construída atrás

Também durante a presidência de Sarmiento, foi projetado o primeiro Palacio de Correos, obra do arquiteto sueco Carlos Kihlberg, no espaço sul da área que havia ficado livre pela demolição do forte. O Palácio dos Correos demorou a ser construído e só ficou pronto em 1878, sendo inaugurado pelo Presidente Nicolás Avellaneda em 1879.


Palácio dos Correos e Telégrafos

O novo Palacio dos Correos era tão imponente que ofuscava a sede do governo, assim o presidente Julio Argentino Roca solicitou em 1882 um projeto de ampliação.

A Residência dos Vice-Reis, já então convertida em Casa do Governo, era tão tímida em comparação com o novo Palacio dos Correios, que foram tentadas várias redecorações na fachada, inclusões de bandeiras e brasões, etc. Mas não adiantou muito: o edifício da presidência da nação era muito menor que o palácio dos correios.


A antiga Casa Rosada bem menor que o Palacio dos Correos

O projeto de ampliação e remodelação da Casa de Gobierno foi desenhado pelo Departamento de Engenharia e ficou a cargo de Enrique Aberg, já conhecido por ser o responsável por outras obras notáveis em Buenos Aires, e incluía a construção de uma nova fachada, dando um aspecto similar ao edifício dos correios, trocando as janelas do segundo andar por uma sacada.

A residência dos vice-reis foi conservada atrás do novo palácio, que agora era tão imponente quanto seu vizinho, uma solução de gosto duvidoso…


A Nova Casa do Governo e o Palácio dos Correios, lado a lado

Em 1884 as restrições de espaço disponível no edifício já eram evidentes, de modo que foi planejado unificar os 2 edifícios e destiná-los exclusivamente à função de governo. A tarefa foi encomendada ao arquiteto italiano Francesco Tamburini, que projetou a união dos edifícios gêmeos mediante um grande arco monumental, que ainda hoje constitui o acesso pela rua Balcarce. A obra começou em 1886 e incluiu a ampliação do edifício no lado que dá para a rua Rivadavia, terminada em 1890.


A reforma com a união dos dois palácios e a inclusão do arco central

Tais reformas marcaram o fim do que restava do antigo Forte, restando apenas alguns muros e uma das canhoneiras que podem ser vistos no atual Museo Casa Rosada, antigo Museo del Bicentenario.

A expansão do novo palácio continuou até a atual rua Yrigoyen, terminada em 1896, e por último a fachada leste voltada ao Puerto Madero, sendo o edifício inaugurado oficialmente durante a segunda presidência de Roca, em 1898. Nesta época a Casa Rosada era praticamente toda simétrica dos dois lados.


A Casa Rosada com a Plaza de Mayo totalmente à sua frente

Em 1937 o presidente Agustín P. Justo decidiu, apoiado pelos “intelectuais” da época, que o edifício seria demolido para se criar uma vista desde a Plaza de Mayo até o rio, além de estender a Avenida de Mayo até Puerto Madero. A demolição começou em fevereiro de 1938 pelas dependências do antigo edifício dos Correios que davam à rua Hipólito Yrigoyen, reduzindo assim o lado sul em 17 metros.

Vista da lateral da Casa Rosada que foi demolida

Em fevereiro do mesmo ano assumiu a presidência Roberto Marcelino Ortiz, que em abril decidiu suspender as obras de demolição e ordenou reconstruir a fachada sobre a calle Victoria. Desta forma foi construída uma nova frente dando à rua Yrigoyen, e a parte já demolida foi aproveitada para alargar a calçada, ao mesmo tempo que avançava a construção do palácio do Ministério da Fazenda, do outro lado da rua. Uma ideia genial, já que a rua era bem estreita, e se tornaria ainda mais sufocante cercada por dois palácios altos.

Ainda que não seja tão visível aos olhares desatentos, esta remodelação afetou a simetria da fachada já que o arco central foi deslocado alguns metros para o sul e significou a perda de uma parte importante do edifício construído em 1878.

A fachada e a lateral da Casa Rosada depois da demolição

Com a demolição e mesmo com a posterior reconstrução da lateral, a Casa Rosada perdeu totalmente sua simetria e assim continua até hoje, faltando um pedaço. O arquiteto que foi responsável pela construção final da Casa Rosada foi Francisco Tamburini, que também projetou o Teatro Colón. A fachada principal tem um arco central, que é a entrada principal. No lado direito está o famoso balcão usado por líderes diferentes para seus discursos, incluindo as ocorrências históricas de Evita e Juan Domingo Peron.

A Casa Rosada é um conjunto de edifícios unificados, reformados, agrupados, demolidos e reconstruídos que passou ainda por bombardeios, reformas e modificações até a chegada dos anos 2000.

Abaixo, um vídeo do Museu Bicentenário, que mostra a evolução através dos tempos da Casa Rosada e edifícios dos arredores.


A Casa Rosada tem visitas guiadas gratuitas para aqueles que querem conhecer a sua história e arquitetura. O passeio inclui os principais setores da Casa do Governo, como Salão de Patriotas Latino-americanos, Pátio das Palmeiras, Salão das Mulheres Argentinas, Varanda para a Plaza de Mayo, Escritório Presidencial, entre outros.

Para visitar a Casa Rosada deve-se agendar a visita com pelo menos 15 dias de antecedência. Duração da visita: 60 minutos. Entrada gratuita.

Os visitantes devem chegar 20 minutos antes pela entrada da rua Balcarce, n. 50 com um documento de identidade (cédula de identidade ou passaporte) e a confirmação da visita, impressa ou em telefone celular.

Dias e horários: As visitas são aos sábados, domingos e feriados das 10:00 às 18:00 hs.

As visitas podem ser canceladas ou alteradas por razões de agenda.
Website para marcar uma visita: https://visitas.casarosada.gob.ar
E-mail: visitascasarosada@presidencia.gob.ar


Salon Blanco
Patio das Palmeiras
Salon Azul

Escritório Presidencial


Varanda


Salon de las Mujeres Argentinas

Detalhe


Logo atrás da Casa Rosada fica o Museu da Casa Rosada, antigo Museu do Bicentenário. Inaugurado em 2011, durante as celebrações dos 200 anos da independência da Argentina, o Museu da Casa Rosada ou Museo del Bicentenário, como era chamado na data da inauguração, é uma das atrações imperdíveis para quem vai a Buenos Aires. 

O Museu da Casa Rosada foi construído às margens do Rio da Prata, no mesmo lugar onde no século XVIII existia o Forte de Buenos Aires e a Aduana Taylor por volta de 1855 e está instalado utilizando os restos desses dois edifícios históricos que foram submetidos a um rigoroso processo de restauração e de recuperação. Ele foi totalmente restaurado para expor os 200 anos de história da Argentina. 

O tour, que também é gratuito mas não precisa agendar, segue uma ordem cronológica. Nela, o visitante vai percorrendo cada época vivida pelo país desde o período hispânico, passando pelos presidentes argentinos até chegar aos dias de hoje.

Cada um dos portais expõe um espaço de tempo diferente e uma história bacana para relembrar. Além disso, um mural do artista David Alfaro Siqueiros chamado "Exercício Plástico" está em exposição e é considerado uma obra-prima da arte latino-americana e foi recuperado e restaurado para o patrimônio nacional. Foi feito em 1933 por Siqueiros, junto com os argentinos Spilimbergo, Berni, Castagnino e o uruguaio Lázaro, encomendados por Natalio Botana.

São mais de mil peças de caráter histórico e cultural, entre objetos, documentos, fotos e vídeos, distribuídas em 14 seções.

Museu Casa Rosada - Buenos Aires
Funciona: de quarta a domingo e feriados - das 10 às 18 horas (entrada até as 17:30 h)
Endereço: Paseo Colón, 100 - Buenos Aires
Telefone: +54 11 4344-3802
Valor: gratuito

Site: https://www.casarosada.gob.ar/museo


 Fachada do Museu

A estrutura do Museu atrás da Casa Rosada
As exposições


Detalhes do subterrâneo


Paredes originais


O antigo fosso


O mural Exercício Plástico


O teto moderno

Objetos históricos



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