*** PASSEIOS OPCIONAIS 01 *** 6. Dia |
Data: __ de ______ de 20__
Enquanto fazia este blog fui anotando algumas atrações que ficavam fora do circuito turístico tradicional, e como eu adoro pesquisa histórica, turística e cultural, não poderia deixar de completar os roteiros com estas opções extras.
Como elas se localizam em partes diferentes da cidade, vou só elencar abaixo para que você possa encaixar da forma que achar melhor. Além do que, cada um visita Buenos Aires com um certo número de dias, quem fica pouco tempo, quem fica mais tempo, quem vem outras vezes, então, estes passeio poderão ser feitos se houver tempo e interesse de cada um.
BELGRANO:
Já citei algumas atrações de Belgrano na página City Tour Avenidas 01, mas foram comentários curtos e resumidos. Este é um bairro residencial no norte de Buenos Aires, que oferece um oásis de tranquilidade e ao mesmo tempo é um agitado reduto comercial.
Sua zona residencial é conhecida por abrigar a classe média alta que gosta de viver entre as tranquilas ruas arborizadas. Entretanto é possível encontrar lojas, cafés, boutiques e muito movimento ao longo da Avenida Cabildo.
O bairro de Belgrano é vizinho de Palermo, Colegiales e Núñez, e tem uma área de aproximadamente sete km². Seu nome é uma homenagem a Manuel Belgrano, o criador da bandeira argentina. De belíssima arquitetura, o bairro foi projetado por Carlos Thays, arquiteto franco-argentino. Não é à toa que está carregado de cultura, tradição e história. Em uma caminhada, seja breve ou não, é possível apreciar monumentos, museus, bibliotecas e diversas praças.
Sua rua principal é a Avenida Cabildo, que percorre um trajeto de mais de cinco quilômetros. Na verdade, é a continuação da Avenida Santa Fe, nascida na Praça San Martin, em Retiro. O centro de Belgrano é o cruzamento da Avenida Cabildo e Juramento.
A praça central do bairro é a Plaza General Manuel Belgrano e é um importante ponto de encontro para artistas que vendem artesanato nos finais de semana. Nela fica situada a Igreja Inmaculada Concepcion de Belgrano conhecida popularmente como "La Redonda" devido à sua forma circular, que foi inaugurada em 1878 e é toda em estilo renascentista.
A Igreja Inmaculada Concepcion tem seu design inspirado no Panteão de Agripa em Roma e apresenta influências do neo-renascimento italiano. Uma escada de mármore leva à entrada principal. A fachada possui dez colunas lisas finalizadas com o capitel coríntio. A cúpula de 20 metros de diâmetro repousa sobre um anel de colunas internas.
Nas proximidades ficam localizados também o Museo Histórico Sarmiento e o Museo Enrique Larreta de Arte Espanhola.
O Museo Histórico Sarmiento é um museu dedicado à história da Argentina e, em particular, à vida e obra literária do Presidente Domingo Faustino Sarmiento, escritor e figura política e que foi presidente da Argentina entre 1868 e 1874. Outras seções tratam de Nicolás Avellaneda, seu sucessor na presidência, e da revolta produzida pela federalização de Buenos Aires em 1880, quando o governo nacional teve que deixar a cidade e se instalar no prédio que hoje ocupa o museu, na época no município de Belgrano.
É um edifício de estilo italiano, construído em 1873 de acordo com os planos de Juan Antonio Buschiazzo. Possui características do renascimento italiano e do maneirismo, muito utilizado entre 1850 e 1880 em Buenos Aires. A sua entrada principal está situada na Calle Cuba e na sua fachada é possível observar um pórtico centralizado, sustentado por seis colunas dóricas romanas e uma base simples sobre uma escada baixa.
Com o fim da guerra civil, foi assinada a Lei da Federalização, e por isso foi declarado Monumento Histórico Nacional pelo simbolismo que representa o lugar onde foram discutidas questões fundamentais para a nação.
Em 1938, cinquenta anos após a morte de Sarmiento, o governo federal dedicou a ele esse museu.
Museo Historico Sarmiento
Já o Museo Enrique Larreta de Arte Espanhola, como já diz o próprio nome, é um museu de arte espanhola que foi montado quando a cidade de Buenos Aires comprou a casa de Enrique Larreta, um escritor, acadêmico e colecionador de arte argentino. Foi considerado um dos mais proeminentes expoente do modernismo hispânico na literatura e foi embaixador na França de 1910 a 1919.
Nesse período, Larreta fez inúmeras visitas a Ávila, na Espanha, e acumulou uma grande coleção de arte medieval, armaduras, tapeçarias, arte renascentista espanhola, arte e decoração barroca espanhola, manuscritos, esculturas em madeira e móveis franceses, entre outras coleções.
Larreta morreu em 1961, e sua família vendeu sua casa e suas coleções para a Cidade de Buenos Aires para sua conversão no Museu de Arte Espanhola. O museu foi inaugurado em 1962, e batizado em sua homenagem. Suas coleções foram ainda mais enriquecidas pela transferência, em 1977, de partes do Museu de Arte Hispânica Isaac Fernández Blanco.
A antiga casa dos Larreta, projetada pelo arquiteto argentino Ernesto Bunge e inaugurada em 1886, é uma obra de arquitetura colonial neo-espanhola, possui um pátio andaluz de 6.500 m² que está conectado à casa por um extenso pórtico. Os extensos jardins apresentam árvores de ginkgo biloba, ombú, glicínias, ciprestes, palmeiras, laranjas amargas e fios de seda, bem como sebes buxus totalizando cerca de 700 m de área verde.
Descendo pela rua Juramento, e antes de chegar à estação de trem, a região se enche de colorido com a presença de um enorme espaço verde conhecido como as Barrancas de Belgrano. De grande exuberância, o terreno, uma espécie de paque, é um dos atrativos que valem a pena constar em seu roteiro. Revitalizado em 2016, hoje está ainda mais bonito. Abriga feiras e festivais a céu aberto e durante as noites de verão é comum encontrar apaixonados por tango de diversas idades reunidos em seu antigo coreto para dançar.
Perto das Barrancas, existe um pequeno reduto de diversas etnias asiáticas, incluindo os primeiros imigrantes de Taiwan, que foram seguidos pelos chineses, coreanos e japoneses, e que mudaram para Buenos Aires no meio da década de 1980. É chamado de “Barrio Chino” onde é possível encontrar restaurantes de comida oriental, supermercados com grande variedade de alimentos importados, além de lojinhas vendendo todo tipo de bugigangas.
A área continua preservando sua cultura asiática ao longo do tempo e os comércios abrem diariamente, inclusive nos feriados, mas vários fecham nas segundas-feiras. É importante levar dinheiro porque muitos estabelecimentos não aceitam cartões. No ano novo chinês que costuma ser em janeiro ou fevereiro, as ruas do bairro e as Barrancas se vestem de festa, convidando uma grande quantidade de turistas e portenhos.
Em 2009 foi instalado um arco de entrada na Calle Arribeños, com 11 metros de altura e 8 de largura, feito em mármore e com colunas de cimento, leões de pedra talhada e vários elementos representativos da cultura chinesa.
O arco foi um presente da China para as comemorações do Bicentenário da Revolução de Maio, e foi feito a um custo de aproximadamente $ 500.000 e até hoje existem vários processos e reclamações sobre supostas irregularidades na doação do governo chinês e de desrespeito às leis municipais, bem como aos artigos 89 e 90 da Constituição da Argentina.
A instalação deste arco foi motivo de discórdia entre os moradores do bairro, entre eles taiwaneses, coreanos e japoneses, que não aderem ao Partido Comunista da China e, portanto, vêem o arco como uma imposição da China às outras etnias.
AVENIDA CÓRDOBA:
Infelizmente ela ficou de fora do circuito do City Tour Avenidas, porque não fazia parte do trajeto. A Avenida Córdoba possui pouco mais de oito quilômetros de extensão, é uma das vias mais movimentadas de Buenos Aires, representa a divisa dos bairros de Villa Crespo e Palermo e é famosa pela enorme quantidade de outlets de marcas nacionais e internacionais.
O início da Avenida Córdoba é praticamente a continuação da Calle Cecilia Grierson em Puerto Madero. Depois deste ponto, a Av. Córdoba entra no centro de Buenos Aires e passa pela extremidade norte do distrito financeiro.
Logo no início fica o prédio sede da Microsoft na América Latina, inaugurado em 2000, e também o prédio de 42 andares do Alas, construído no início dos anos 1950 pela administração de Juan Perón para a Força Aérea Argentina, e que era o mais alto da Argentina até 1995.
Edifícios da Microsoft e o Alas
Depois da Avenida Leandro Alem, que é considerada o litoral original da cidade, a Avenida Cordoba sobe cerca de 15 metros em um segmento de um bloco conhecido como " el bajo", uma inclinação onde antes ficava a margem do rio.
A avenida cruza a Calle Florida alguns quarteirões adiante e nesse cruzamento fica a já citada Galerías Pacífico, alojada em uma estrutura ornamentada ocupando um quarteirão inteiro, construída em 1889 como afiliada de Buenos Aires do renomado Bon Marché de Paris. Ao lado fica o belíssimo prédio do Centro Naval, da Associação dos Oficiais da Marinha. Para ver sobre as duas atrações é só dar uma olhada na página Calle Florida.
Clube Naval e Galerias Pacífico
Um quarteirão adiante fica o edifício eclético Bencich, conhecido por sua cúpula vermelha cônica. Este é outro edifício projetado e construido pelos irmãos Bencich, diferenciando-se dos outros dois na esquina da Calle Florida com a Diagonal Norte. Este gigantesco prédio de apartamentos data de 1927, e foi projetado pelo arquiteto francês formado na famosa Escola de Belas Artes de Paris, Eduardo Le Monnier, que trabalhou tanto neste projeto como nos outros dois edifícios.
Ocupa uma área de 832 m², embora esteja dividida em três blocos com acessos diferenciados. O bloco de esquina tem sua entrada pelo Córdoba 807, o intermediário pelo Córdoba 817 e o terceiro pelo Córdoba 827. No térreo e no mezanino funcionam vários estabelecimentos comerciais, sendo que o mais importante ocupa a esquina.
Edifício Bencich
Em seguida a Avenida Cordoba cruza a Avenida 9 de Julio, e na interseção das duas avenidas ficam duas belíssimas fontes originalmente localizadas na Plaza de Mayo. A montadora italiana FIAT inaugurou a Torre Mirafiori, emblemático e moderno edifício onde instalou sua sede na Argentina em 1964.
Seu cruzamento com a Calle Libertad, um quarteirão depois da Avenida 9 de Julio, se destaca pela Plaza Lavalle, o Teatro Cervantes e o Templo Libertad, a sinagoga mais importante de Buenos Aires. Já falei sobre estas atrações na página City Tour Avenidas 2, no trecho sobre a Avenida Lavalle.
Mais adiente, a Avenida Cordoba passa em frente a um dos mais belos edifícios de Buenos Aires e que é pouco conhecido do circuito turístico. Vale a pena dar uma parada para conhecê-lo. É o Palacio das Aguas Corrientes, hoje Museo del Agua y de la Historia Sanitaria, um edifício projetado como uma estação de bombeamento de água em 1877 pelo arquiteto sueco-argentino Carlos Nyströmer e concluído em 1894. Foi encomendado, em parte, para substituir a antiga e feia torre de água que existia na Plaza Lorea onde hoje é a Plaza del Congreso.
Ocupando um quarteirão inteiro tem sua entrada principal na Avenida Córdoba onde ainda funciona uma estação de bombeamento. O palácio renascentista francês é coberto com mais de 300.000 azulejos de terracota multicoloridos e vitrificados importados do fabricante de cerâmica britânico Royal Doulton. Possui mansarda de latão e brasão de escudos que representam as 14 províncias argentinas da época.
A entrada do prédio é agraciada por duas cariátides, e a propriedade por jardins paisagísticos que incluem um busto criado pelo escultor norueguês Olaf Boye em homenagem ao engenheiro Guillermo Villanueva, o primeiro Diretor da Buenos Aires Water Supply and Drainage Company Limited, na época a usina britânica que era responsável pelo abastecimento de água, inaugurada em 1869.
A história do Palacio de Aguas Corrientes tem sua origem na segunda metade do século XIX, quando Buenos Aires ainda estava em progresso. O crescimento acelerado da população, devido principalmente à chegada de milhares de imigrantes à cidade, trouxe também diversos problemas com os quais a cidade ainda não estava preparada para conter. A falta de uma boa estrutura de serviços públicos, como o saneamento básico, trouxeram diversas epidemias, que começaram a atacar de forma alarmante: cólera, febre tifóide e a febre amarela foram algumas das históricas doenças que levaram à morte grande porcentagem da população portenha.
Diante do deficiente sistema de água potável da cidade na época, o governo pensou na solução e decidiu criar e instalar um avançado sistema de água corrente, seguindo os estudos e projetos do engenheiro civil inglês John Bateman. As construções do depósito de água e seus canos subterrâneos começaram em 1887 na zona norte de Buenos Aires e duraram cerca de 7 anos, sendo inaugurado em 1894 com um extravagante custo de 5 milhões de pesos.
Dentro do Palacio de Aguas Corrientes foram construídos 12 gigantescos tanques de água com capacidade para 72 milhões de litros d’água. O peso calculado de 135 mil toneladas de água são sustentadas por estruturas de ferro com vigas e colunas, atrás de paredes de 1,80 metros de espessura. Tudo isso para dar à cidade uma impecável evolução no sistema de água potável, que funciona até hoje.
Atualmente, dentro do Palacio de Aguas Corrientes há também escritórios de empresas de água da cidade e do país, além do Museu da Água e da História Sanitária que resgata toda a evolução do sistema no país, cuja entrada é na Calle Riobamba e funciona de segunda a sexta das 9 às 13h, com visitas guiadas todas as segundas, quartas e sextas às 11h.
Fundado em 1873, o museu detém o único Arquivo Histórico que contém informações completas e específicas sobre os edifícios emblemáticos e o planejamento do abastecimento de água de Buenos Aires. Este arquivo é composto por três arquivos principais, que contém planos sobre estações de tratamento de água, esgotamento sanitário e rede de abastecimento de água, ralos e projetos. Há também documentos sobre as construções, conexões de água, materiais de construção, medidas, número de conexões de tubulação, nomes dos proprietários, etc. de quase cada edifício construído em Buenos Aires. E também os planos de serviços de encanamento e hidrantes de 320 mil terrenos de Buenos Aires, preservando as plantas de edifícios demolidos durante a construção de grandes avenidas e rodovias de Buenos Aires. O acervo possui cerca de 2.800.000 plantas, sendo a mais antiga datada de 1889.
Continuando mais avante pela Avenida Córdoba avamos encontrar uma grande concentração de escolas da Universidade de Buenos Aires, como a Escola de Medicina e seu Hospital de Clínicas, a Escola de Economia e o Conservatório Nacional de Música, por exemplo.
A avenida de 8 km demarca vários bairros de Buenos Aires. No início, separa Retiro ao norte de San Nicolás e, mais a oeste, de Balvanera. Em seguida, separa Balvanera de Recoleta, ao norte e, mais a oeste, Palermo de Almagro e Villa Crespo, ambas ao sul de Palermo. Sem dúvida vale a pena fazer um tour pela avenida para conhecer suas construções históricas e culturais, antes de chegar no trecho pelo qual é mais conhecida.
É nesse próximo trecho que a Avenida Córdoba recebe a fama que tem, quando se aproxima da Avenida Scalabrini Ortiz, local onde se iniciam as incontáveis lojas de moda e outlets da região. Por ali já é possível achar várias lojas de roupas principalmente femininas, de maquiagens, lojas de roupas esportivas, tanto nacionais e internacionais.
Continuando mais alguns metros encontramos o que é considerado o ápice comercial da Avenida Córdoba, na região conhecida como Villa Crespo, muito procurada por turistas e até mesmo pelos portenhos por ser a maior área de outlets da cidade e por ter realmente bons preços e descontos.
Os Outlets da Avenida Córdoba ficam bem no limite entre Palermo e Villa Crespo. As lojas estão concentradas entre a numeração 4300 e 5500 da Avenida Córdoba, mas um bom ponto de partida pode ser no cruzamento com a Avenida Scalabrini Ortiz.
Já virando na Calle Aguirre você encontra uma maior concentração de lojas, entre elas: Lacoste, Nike, Adidas, Puma, Complot, Brooksfield, Cacharel, Christian Lacroix e muito mais.
E há também as lojas da Rua Murillo, do número 500 ao 900, onde você encontra a maior concentração de artigos de couro de Buenos Aires. Não é precisamente uma área de outlets, mas sim de produtos direto de fábrica. Além de jaquetas, também é possível comprar bolsas, sapatos e demais objetos de couro.
Lá nos outlets da Villa Crespo você achará de tudo, lojas de moda feminina e masculina, lojas de couro, calçados, bolsas, carteiras, relógios, perfumes, casacos, esportes e muito mais, com marcas nacionais e internacionais, famosas e desconhecidas. Exceto quando muda de estação e as lojas atualizam os seus estoques, não há muito como prever os descontos, é preciso ir e torcer para que encontre boas promoções. Varia muito de loja para loja, mas é possível você pagar também em real ou dólar, mas nesse caso a cotação pode também variar sem critério fixo.
Outlets da Avenida Cordoba
MURAIS DE EVITA:
Trata-se, na verdade, de dois imensos painéis com os desenhos de Evita Perón estampados nas fachadas norte e sul do Edifício do Ministério de Obras Públicas, localizado desde 2011 no cruzamento da Avenida 9 de Julio com a Avenida Belgrano.
Foi o artista plástico Alejandro Marmo quem concebeu em 2006 a ideia de instalar os murais Evita no edifício histórico do Ministério das Obras Públicas, atual sede dos Ministérios do Desenvolvimento Social e Saúde, com o nome de "Sueños de Victoria", como parte de seu projeto Arte nas Fábricas. A obra teve a colaboração na digitalização de imagens de diversos artistas, entre eles o pintor Daniel Santoro.
O edifício tem uma ligação especial com a homenageada porque foi em seu entorno que ocorreu uma mobilização em 1951, conhecida como Cabildo Abierto del Justicialismo, para pedir a Evita que aceitasse a nomeação como vice-presidente de Juan Domingo Perón nas eleições daquele ano. Foi a maior manifestação política da história da Argentina, com mais de dois milhões de pessoas na Avenida 9 de Julio. Depois desse ato, em diálogo aberto com a multidão, Eva rejeitou sua candidatura, episódio conhecido como a Renúncia.
Em 2010, a presidente Cristina Fernández de Kirchner oficializou o projeto, reconhecendo a ideia do escultor Alejandro Marmo, incorporando-o como intervenção artística no Decreto 329, que declarou Eva Perón como Mulher do Bicentenário.
O mural de Evita intitulado "Eva de los Humildes"
A escolha da localização de ambos os retratos tem um importante simbolismo político já expresso no decreto que prevê a sua colocação.
O retrato localizado na face sul do edifício, intitulado Eva de los Humildes, foi inaugurado em 26 de de Julho de 2011, o quinquagésimo nono aniversário da morte de Evita. E percebe-se o simbolismo no rosto que olha para o sul da Grande Buenos Aires, tradicional bairro industrial e operário, mostrando o retrato de uma simpática e sorridente Evita.
Já a imagem da fachada norte, intitulada somente Eva, foi inaugurada um mês depois, a 24 de Agosto do mesmo ano, e seu rosto mostra uma Evita enfrentando as áreas mais tradicionais da aristocracia de Buenos Aires, combativa em seu discurso ao povo.
Em 2015, o Ministério do Desenvolvimento Social renovou a iluminação dos murais com uma iluminação artística que coloriu os retratos de Evita e também instalou uma intervenção sonora que permitiu a difusão de fragmentos das suas falas. Durante o governo Macri, a iluminação foi desligada para poupar energia, e com a posse do novo presidente socialista Alberto Fernández, os dois murais foram reiluminados permanentemente a partir das 20h25 do dia 12 de dezembro de 2019, coincidindo com a época da passagem para a imortalidade de Eva Perón.
O mural de Evita intitulado "Eva", discursando para o povo
FEIRA DE MATADEROS:
Esse é um programa para quem já viajou várias vezes Buenos Aires e já está cansado de fazer os mesmos programas pra turista de primeira viagem.
Nascida há três décadas, a Feira de Mataderos se transformou num passeio clássico de domingo para os que querem se conectar com as tradições argentinas relacionadas com o campo. São 700 postos de venda, com ofertas que vão das mais variadas opções gastronômicas como queijos, salames, doces, chocolates, vinhos, azeitonas, chimichurris. E há também uma infinidade de artesanatos diversos, passando por ponchos e mantas de lã, cuias de madeira, metal e “porongo”, facas de todos os tipos para não fazer feio em nenhum churrasco, bolsas e tudo o mais que você possa imaginar em couro. Ou seja, anota na agenda: é um dos melhores lugares para comprar as famosas lembrancinhas.
Isso sem falar nos quiosques de comida argentina, como empanadas fritas e locro, uma espécie de feijoada portenha, e também humitas, tamales e chala. E, obviamente, carnes preparadas de todas as maneiras, de choripans a assados gigantes!
Em meio a tudo isso, muita música, dança, comidas típicas de diferentes regiões da Argentina e ainda espetáculos de laço, corrida de cavalos e doma de potros. Cerca de 15 mil pessoas passam por lá a cada encontro!
Afastada da zona turística, a Feira de Mataderos é uma ótima dica do que fazer em um domingo em Buenos Aires. Além de muita comida boa e barata, artesanato e produtos argentinos, você irá presenciar manifestações da cultura gaúcha, como músicas e apresentações de dança.
A Feira de Mataderos está um pouco mais distante dos passeios habituais de Buenos Aires e é uma das feiras menos visitada pelos turistas, porém é repleta de porteños.
Localizada na periferia da cidade, no cruzamento da Avenida Lisandro de La Torre e Avenida De Los Corrales, no bairro Mataderos, local conhecido pelo antigo matadouro e comércio de gado.
Funciona todos os domingos, das 11h às 20h.
Em fevereiro funciona aos sábados, a partir das 18h.
Apesar de Mataderos não ficar muito perto da região turística de Buenos Aires, é super fácil de chegar em carro ou ônibus. Confira as linhas de ônibus que te deixam lá: 36, 55, 92, 63, 80, 92, 97, 103, 117, 126, 141, 155, 180, 185.
Importante: se chover não tem feira!
PASSEIO PELAS ÁGUAS DO TIGRE:
Tigre é uma cidade super charmosa localizada na província de Buenos Aires, distante 30 km da capital. A região residencial é um conjunto de ilhas e canais, repletos de embarcações, áreas verdes e casas chiques.
Visitar Tigre é um programa imperdível para quem tem tempo livre no roteiro da viagem, pois é uma ótima opção para quem quer fazer um bate-volta e conhecer um pouco mais da Argentina além da capital.
A principal atração desse passeio é o delta do Rio Tigre, que está localizado em uma parte do delta do Rio Paraná, e é uma região formada por vários rios, igarapés e pequenas ilhas, onde habitam e tem casas de veraneio pessoas de alta renda da sociedade argentina. Com muita natureza e mansões, muitos turistas vão a essa cidade principalmente para fazer um passeio de barco pelo rio Tigre.
Os passeios de barco pelo delta do Rio Tigre
Os passeios de barco pelo delta do Rio Tigre
Para chegar até a cidade de Tigre, existem várias opções:
1) você pode optar por ir com o seu carro alugado, o que dá cerca de 40 minutos de viagem, e na cidade escolher um passeio de barco, assim como percorrer a pequena cidade em um ônibus turístico do tipo hop on / hop off, como o de Buenos Aires.
2) você pode ir de trem com as rotas da La Costa ou as linhas Mitre 1 e 2, que saem da Estação Retiro e te deixam nas estações Tigre ou Delta, sendo que esse percurso leva perto de 50 minutos, e na cidade decidir por conta própria quais atrações ir visitar. Maiores informações no site da linha www.trenmitre.com.ar.
2) você pode ir de trem com as rotas da La Costa ou as linhas Mitre 1 e 2, que saem da Estação Retiro e te deixam nas estações Tigre ou Delta, sendo que esse percurso leva perto de 50 minutos, e na cidade decidir por conta própria quais atrações ir visitar. Maiores informações no site da linha www.trenmitre.com.ar.
3) ou ir de transporte público com a linha de ônibus n. 60, mas ela leva cerca de uma hora e meia para concluir o trajeto, o que é mais demorado se comparado ao trem, que faz o percurso em 50 minutos.
4) ou então contratar o passeio com uma agência de turismo. Nesse último caso, eles geralmente te pegam no seu hotel ou então você encontra com o guia do tour em Puerto Madero, de onde um barco vai te levar até Tigre. Chegando lá, a excursão pode oferecer uma visita guiada por diversos pontos da cidade e um passeio de barco pelo delta dos rios da região. Existem várias opções, é só se informar nos sites das agências com antecedência.
Se não for com uma agência, dá para optar em pegar um tour privado e em um barco menor, pois assim você pode escolher o que quer ver e parar nas pequenas praias nas margens dos rios, ou então contratar um passeio naqueles barcos maiores e que contam com um guia para te explicar sobre a arquitetura e a história da cidade.
Mas vamos conhecer algumas das outras atrações de Tigre.
Nas pequenas ilhas de Tigre pode-se ver as casas ribeirinhas de onde os moradores só conseguem se locomover por vias fluviais, através de canoa ou barco. Há barcos que prestam serviço de supermercado, saúde e escola. É muito interessante ver o cotidiano dos moradores das ilhas do Tigre, bem diferente do que estamos acostumados.
Uma das edificações que mais se destacam durante o passeio é a do Museu Sarmiento, que já foi residência de descanso do ex-presidente Domingo Faustino Sarmiento. Ela foi coberta com uma enorme estrutura em vidro para sua conservação.
O tradicional mercado do El Puerto de Frutos de Tigre é um dos lugares mais visitados na cidade e está localizado nas margens do Rio Luján. Inaugurado em 1938, era onde eram comercializadas as frutas e verduras produzidas nas diversas ilhas do Delta do Tigre e que eram trazidas em embarcações pelos próprios agricultores.
Hoje em dia a presença de frutas típicas da região tem diminuído. Predominam outros tipos de produtos, mas o conhecido mercado continua mantendo o seu nome original. Os dias mais movimentados são os sábados e domingos e você pode combinar tranquilamente uma visita ao Puerto de Frutos junto com os outros passeios clássicos pela região.
O mercado está ocupado por centenas de barraquinhas e lojas oferecendo os mais diversos produtos. Tem vários pavilhões e galerias fechadas, mas a maioria das barracas está ao ar livre. Pode-se encontrar de tudo no Puerto de Frutos, desde alimentos como frutas e legumes até objetos antigos, peças de artesanato de todos os tipos, tapetes, enfeites e lembrancinhas, objetos de decoração, arranjos florais e plantas, móveis de rattan, roupas e artigos de couro, mel caseiro, doces, geléias, conservas envasadas e bebidas regionais.
Endereço: Calle Sarmiento, 160
Horário: diariamente das 10 às 18h. Nos fins de semana a feirinha se estende até o anoitecer.
O Paseo Victoria é outra das principais atrações da cidade. Bem cuidado, arborizado, ótimo para caminhar e observar o Rio Tigre, os casarões que ficam do outro lado do rio, o movimento dos barcos, os vários clubes de remo, a estação fluvial, o edifício do Yacht Club e belos jardins.
E na calçada oposta ao rio você vai encontrar uma variedade muito grande de restaurantes, bares, cafés, pequenas lojas e excelentes vistas.
Paseo Victoria
Durante a caminhada pelo Paseo Victoria, dá pra conhecer o Museo Naval e o Museo de Arte. O Museo Naval é uma instituição dedicada a proteger e salvaguardar os patrimônios da marinha da Argentina, preservando uma parte das armas usadas ao longo das eras, modelos de barcos e alguns elementos da Guerra das Malvinas.
Endereço: Paseo Victoria 602
Horário: de segunda a sexta das 8:30 a 17:30h. Sábados, domingos e feriados das 10:30 às 18:30.
Ingresso: pago.
Já o Museu de Artes está localizado no mesmo Paseo Victoria, onde antigamente era o Clube Tigre, um importante ponto de encontro para os ricos e famosos. O edifício elegante e luxuoso em estilo francês foi construído em 1909 e possui dois andares com mezaninos com grandes janelas em quase todos os lados. O salão principal do primeiro andar possui afrescos do artista espanhol Julio Vila y Prades, as escadas são de mármore e há espelhos venezianos e lustres franceses.
O clube foi construído próximo ao Hotel Tigre, que havia sido inaugurado em 1890, e foi financiado por Ernesto Tornquist e projetado pelos arquitetos Pablo Pater, Luis Dubois e o engenheiro Emilio Mitre, filho do ex-presidente da Argentina Bartolomé Mitre. Um cassino funcionou lá até 1933, quando foi transferido para Mar del Plata depois que uma lei foi aprovada proibindo a existência de um cassino tão perto de Buenos Aires.
O Hotel Tigre foi demolido em 1940 e com o encerramento do casino anos antes e a crise internacional, foi um período muito difícil na economia local que provocou uma perda considerável de público. O clube continuou funcionando como um restaurante com shows ao vivo, mas nunca recuperou sua antiga glória.
Em 1979 o Clube Tigre foi declarado Monumento Histórico Nacional. Após extensa restauração, foi re-inaugurado em 2006 como o Museu Municipal de Belas Artes do Tigre.
Hoje pode-se visitar as várias salas, com arte argentina dos séculos XIX e XX, pinturas de artistas renomados como Quinquela Martín, Eduardo Sivori, Florencio Molina Campos, Lynch Justo, Pallière, entre outros, e objetos que contam a história do edifício e do tigre dos anos 30.
Endereço: Paseo Victoria 972
Horário: segunda a sexta-feira das 9 às 19h. Sábados, domingos e feriados, das 12 às 19h.
Se tiver um tempinho extra, pode ir visitar o Museo da Reconquista que fica em uma antiga casa de estilo colonial, que reúne não só a história da cidade, mas também faz uma homenagem a Don Santiago de Liniers e o desembarque nas costas argentinas em 1806, durante a primeira invasão inglesa.
Santiago de Liniers foi um nobre e militar de origem francesa que serviu como oficial da Coroa da Espanha e que, devido ao seu excelente desempenho nas duas invasões inglesas fracassadas, foi nomeado Vice-Rei do Rio da Prata entre 1807 e 1809.
O museu conta com seis salas que convidam a conhecer a história natural e social, bem como personagens, objetos patrimoniais e marcos importantes da história de Tigre.
Endereço: Av Liniers 818
Entrada grátis.
Museo de la Reconquista
Uma das atrações da cidade é o Casino Trilenium que é um dos maiores na região de Buenos Aires pois nas últimas décadas passou a ser permitido na cidade de Tigre. Funciona num edifício de arquitetura moderna e futurista, que ocupa uma área de 22 mil metros quadrados. No mesmo poderão ser encontrados todos os tipos de atrações relacionadas com os jogos de azar, com 74 mesas de jogo e perto de 1.800 máquinas caça-niqueis.
Nos salões do casino você pode apostar em máquinas caça-níqueis, roleta, blackjack, bacará, pôquer e outros jogos de azar. O casino tem um restaurante e salões de chá. Além dos típicos divertimentos de qualquer cassino, o Trilenium conta com uma interessante oferta de espetáculos que é renovada periodicamente. São shows musicais e teatrais, magia e muito mais.
Endereço: Calle Peru, 1385
Telefone: 4731-7001
Telefone: 4731-7001
Horário: de segunda a quarta-feira das 11h às 6h. De quinta-feira a domingo, aberto 24 horas.
Entrada grátis. Não é permitida a entrada de menores de 18 anos.
E pra completar, se você estiver visitando a cidade com crianças, não deixe de conhecer o Parque de la Costa, o maior parque de diversões do país.
Inaugurado em 1997, o Parque de La Costa já recebeu mais de 15 milhões de pessoas desde a sua inauguração. Ao todo são um pouco mais de 60 atrações para toda a família, desde brinquedos adultos de pura adrenalina como montanhas russas e pêndulos, outros diversos familiares e até os infantis, além de shows e apresentações musicais e jogos de sorte.
No verão a diversão fica ainda maior, quando se abre o Aquafan, a parte aquática do parque com outras dezenas de atrações, entre diversas piscinas, tobogãs e quedas livres. Não precisa nem dizer que conta com passeios para todas as idades e gostos.
Dias e horários de funcionamento: sexta, das 11 às 19 h e aos sábados, domingos e feriados de 11 às 19:30h.
Parque de la Costa
Parque de la Costa
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